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Um barulho particularmente irritante ecoava no ambiente e só servia para piorar a enxaqueca crescente de Klaus — era como o irritante tique taque de um relógio numa casa silenciosa e ele não tinha ideia de onde estava vindo. Não tinha relógios em seu escritório, muito menos nos outros cômodos de seu apartamento luxuoso, então de onde diabos estava vindo aquele barulho infernal?

"Hey, terra para Klaus!"

Klaus ergueu os olhos, seu parceiro Johnny sentado a frente dele do outro lado da mesa. Johnny tinha olha olhos cheios de incerteza, a mandíbula tensa, e Klaus não podia culpá-lo pelo mau humor; também ficaria preocupado se aquele barulho maldito não o estivesse distraindo.

"Quanto?" Ele perguntou, observando Johnny respirar fundo como se estivesse se preparando para dar más notícias.

Johnny não era alguém que ficava nervoso, e se ele estava então significava que Klaus não iria gostar da situação, qualquer que fosse.

"Arrombaram um dos nossos armazéns."

"Quanto, Johnny?"

Johnny engoliu seco e lambeu os lábios nervosamente. "Vinte."

O cérebro de Klaus tentou processar as novas informações enquanto faziam umas contas rápidas. Ele pegou o maço de cigarros e tirou um, pegando o isqueiro e acendendo rapidamente. Deu uma longa tragada, deixando a fumaça se assentar em seus pulmões por alguns segundos antes de expirar.

"Então você está me dizendo que perdi 1 milhão e meio? Simples assim?"

Johnny estalou a língua e acenou com a cabeça. Merda.

"Você vai encontrar o filho da puta e traze-lo vivo para mim." Klaus deu outra longa tragada antes de continuar. "Não me importo se ele não tiver dinheiro. Vou achar um jeito de me divertir com ele."

Johnny revirou os olhos, e se fosse outra situação ele comentaria sobre, mas dessa vez não o fez. O som irritante continuava ecoando em sua mente.

"Temos imagens deles nas câmeras." Johnny acrescentou, para o qual Klaus ergueu uma sobrancelha.

"Esses filhos da puta conseguiram roubar minha droga mas se esqueceram das câmeras?"

"Acho que eles tiveram sorte, só isso." Johnny se abaixou para pegar seu laptop na mochila, colocando o laptop na mesa e começou a procurar a filmagem correto. "Eles queriam roubar mais, mas tiveram que interromper o processo porque a segurança entrou correndo."

"Ainda roubaram minhas coisas."

Era realmente ruim. Não porque o dinheiro que provavelmente acabou de perder seja um grande negócio — um milhão e meio não era nada, conseguia gastar isso em uma semana se estivesse se sentindo carente o suficiente —, era o fato de que alguém teve coragem o suficiente para rouba-lo.

Ou talvez fosse o barulho infernal do tique taque e a maneira como sua cabeça continuava latejando desde que Johnny pediu uma reunião. Por que Johnny sempre tinha que trazer notícias ruins?

"Aqui." Johnny virou o laptop para ele.

A qualidade da imagem era a típica de câmeras de segurança, e mesmo com o armazém escuro ele conseguia distinguir as silhuetas dos ladrões. Dois homens correndo para dentro e rapidamente começando a pegar o máximo que podiam do estoque, jogando a droga embrulhada em plástico em duas grandes sacolas esportivas realmente grandes, cabendo facilmente quinze quilos cada uma, senão mais. De repente uma luz de lanterna aparece, os dois ladrões percebem e fogem imediatamente. Klaus podia ver seus rostos agora, enquanto eles se viravam e corriam, a câmera os capturando claramente.

"Um deles parece familiar." Klaus apontou para a tela.

"Isso porque ele é. Raphael Brown."

Klaus encolheu os ombros. "Isso deveria me dizer alguma coisa?"

"Ele era um dos nossos batedores pelos distritos ricos."

"Ele não vai ser merda nenhuma em breve." Klaus concordou. "Sabemos onde ele mora, certo?"

"Ele se mudou do endereço anterior recentemente, mas Lisbeth descobriu onde ele está se escondendo. O cara não é nem um pouco sutil."

Klaus riu, respirando um pouco mais de fumaça. "Isso é porque ele é um idiota, e só idiotas tentam roubar de mim."

"Devemos ir hoje a noite?"

"Não temos escolha, o pedaço de merda pode fugir a qualquer momento. Além disso," Ele lançou a Johnny um dos ligar astuto. "Tenho compromisso amanhã."

"Ah" Johnny fez uma careta. "Vamos hoje a noite então."

"Deixe-me terminar meu cigarro primeiro. Pegue um, fume comigo."

O rosto de Johnny finalmente se suavizou enquanto ele se inclinava sobre a mesa e pegava um cigarro para si, Klaus lhe oferecendo seu isqueiro de prata para acende-lo. Ambos fumam em um silêncio confortável por alguns minutos, ou melhor, o máximo de silêncio com aquele barulho insuportável.

"Vamos perder a comida chinesa do Wong hoje a noite." Johnny falou de repente. Klaus gemeu.

"Porra, eu queria chinesa." Ele suspirou. "Ligue para a Lisbeth e diga a ela que não podemos ir."

"Devo pedir para ela nos acompanhar?"

Klaus pensou sobre isso por um segundo, inalando a fumaça antes de balançar a cabeça e expirar. "Nah, ela faz muita bagunça. Eu quero manter minhas roupas limpas hoje."

Johnny riu, pegando seu celular e começando a digitar, provavelmente um texto para Lisbeth. "Ela vai ficar irritada quando descobrir que não a trouxemos conosco."

"Ela supera."

"Ou talvez você devesse superar o sangue nas suas roupas."

Klaus apenas rolou os olhos. Johnny bufou, guardando o celular no bolso e levando o cigarro aos lábios.

Klaus suspirou e começou a massagear o nariz, sua enxaqueca se agravando a cada minuto. "Vamos, quanto mais cedo acabarmos com essa porra melhor, talvez até dê tempo para jantar."

Johnny zombou enquanto levantava de sua cadeira: "Eu não contaria com isso."

Klaus particularmente não gostava de seu trabalho.

Claro, existia todo esse mito de glória por trás da figura de um mafioso de sucesso, com sexo, drogas, prostitutas, jóias de ouro, champanhe caro e pilhas de dinheiro em suítes de hotel. Ele culpava isso aos filmes de Hollywood por glamourisarem toda a figura do gângster como esse homem poderoso, intimidador como Tony Montana — a realidade envolvia muita papelada, planejamento, enxaquecas e noites sem dormir.

Klaus achava que se você fosse completamente sociopata, talvez você fosse gostar do trabalho. Sua bússola moral podia ser um pouco quebrada, mas ainda funcionava suficientemente bem — ele parou de tentar não cruzar a linha há muito tempo, já que não fazia bem algum tentar passar uma noite sem pesadelos. Era irônico como os pesadelos só haviam aumentado por mais que ele tentasse manter as mãos limpas. Karma ruim, talvez.

Johnny dirigiu para um dos distritos médios, não particularmente rico considerando o estado da rua pelo qual passavam, mas haviam lugares piores por aí. Klaus viu o que deveria se um yuukai parado em um dos becos, não vestindo muito, os olhos ferozes acompanhando o carro — ele era lindo, não iria durar muito na rua.

"Lá." Johnny chamou a atenção de Klaus, apontando para um condomínio velho com todas as luzes apagadas. Era bem tarde, quase duas da manhã, mas ainda assim.

"Parece abandonado."

"Os apartamentos estão a venda há pouco tempo, cerca de um mês ou mais." Johnny apontou enquanto dirigia o carro mais perto do meio-dia. "É um bom lugar para se esconder, não tem ninguém lá."

"Isso funciona mais para nós que para ele."

Johnny estacionou o carro e desligou o motor, lançando um olhar para Klaus antes de suspirar e abrir o porta-luvas. Ele tirou uma arma e, surpreendentemente, luvas. Klaus quase riu com o pensamento de que Johnny provavelmente era a única pessoa no mundo a manter luvas naquele compartimento.

"Devo pegar minhas coisas?" Johnny perguntou, enfiando a arma sob o cinto de suas calças e cobrindo a arma com sua jaqueta.

Klaus acenou com a cabeça, passando a mão pelo cabelo loiro. "Ok, vamos lá."

Ambos saíram do carro, Klaus arrumando suas roupas para ficarem o mais apresentável possível, enquanto Johnny ia até o porta malas e pegava uma maleta preta. Com o carro trancado, ambos caminharam até a entrada do antigo condomínio.

"Qual andar?"

"Quarto." Johnny respondeu, tomando a liderança na frente de Klaus.

As escadas foram encontradas com relativa facilidade apesar do escuro, e ambos subiram o mais silenciosamente possível. Ao alcançar o quarto andar, Johnny acenou para Klaus segui-lo em silêncio — o ladrão deve ter pensado que se esconder ali era uma boa ideia, ninguém poderia ver o interior da rua.

Parados em frente a porta correta, Johnny rapidamente se ocupou de destrancar a porta, encaixando a chave de tensão na fechadura da porta girando-a levemente e a colocando fundo na fechadura. Com as sobrancelhas franzidas de concentração, ainda aplicando uma leve pressão, após alguns segundos foi ouvido um leve clique.

Johnny lançou um olhar para Klaus, acenou e então tirou a arma de seu cinto. Assim que a porta foi aberta, Klaus viu a silhueta de um homem segurando algo no ar, possivelmente um tipo de arma.

Raphael balançou o braço, tentando acertar Johnny mas este levantou o braço e agarrou o pulso do ladrão. Johnny foi rápido em torcer a mão para que pudesse dar uma coronhada na tempora de Raphael, forte o suficiente para Klaus ouvir. Quando Raphael gemeu e caiu no chão, Johnny agarrou seus braços e o arrastou para dentro do apartamento.

Klaus seguiu logo atrás, fechando a porta atrás de si. Olhou ao redor e encontrou um interruptor na parede, então o ligou. O apartamento estava praticamente vazio se fosse por um colchão nu jogado no chão, uma cadeira, roupas dobradas em um canto e pacotes de comida instantânea espalhadas ao redor. Havia também um fogão elétrico, uma chaleira e uma panela ao lado de garrafas de cerveja barata.

"Apagou ele?"

"Por alguns minutos." Johnny conseguiu arrastar o corpo inconsciente para a cadeira e levantou o corpo para soltar Raphael no assento. "Por que sempre eu que faço o trabalho sujo?"

"Você fala como se fosse fazer qualquer coisa no momento em que ele acordar. Aqui." Klaus entregou a maleta a ele.

Abrindo a maleta, ele tirou uma fita adesiva. Klaus se inclinou contra a parede e decidiu fumar um cigarro enquanto Johnny fazia sua parte do trabalho.

A habilidade de Johnny de trabalhar rápido era algo que sempre o deixava impressionado. Observou enquanto ele amarrava Raphael a cadeira, enrolando tira ao redor de seu corpo e no encosto da cadeira várias vezes, em seguida se ajoelhando e prendendo as pernas do homem as pernas da cadeira também. Havia um taco de baseball de metal no chão, provavelmente o que Raphael havia usado para tentar se defender.

"Esse lugar cheira a merda." Johnny murmurou quando terminou, ajustando os óculos na ponta do nariz.

"Nah, ele cheira a merda." Klaus apontou para o homem preso na cadeira. "Acho que a água não funciona."

"Mas a eletricidade funciona."

"Então ele simplesmente não deve dar a mínima para higiene pessoal, o que é pior ainda."

A sala era ampla, ligada a uma cozinha aberta, o corredor provavelmente levando aos quartos. Era um lugar relativamente decente — talvez devesse começar a investir em complexos de apartamentos.

Raphael gemeu e começou a se mexer na cadeira, animando Klaus que caminhou até ele e parou em frente a cadeira, esperando que ele volte a si. O ladrão abriu os olhos, piscando rapidamente, provavelmente cego pela luz, o cabelo despenteado e caindo sobre a testa em mechas oleosas. Assim que ele viu Klaus, a cor de seu rosto desapareceu.

"Raphael." Klaus inclinou a cabeça para o lado, os olhos verdes com o brilho perverso como o se um gato. "É um bom lugar que você tem aqui. Seu endereço porém, me diz que você mora em outra casa, na parte mais cara da cidade. Qual distrito mesmo?"

"Distrito 15." Johnny respondeu.

"Ah sim. Você mora em um bairro nobre, um apartamento caro que você pode pagar por causa do meu dinheiro." Klaus lambeu os lábios. "Então me diga, o que você está fazendo nesse apartamento de merda?"

Raphael teve a dignidade de pelo menos parecer assustado. Ele abriu a boca para falar, mas a fechou logo. Ele não estava tremendo, mas Klaus podia vê-lo engolindo seco.

"Sr. Burzynski, eu—"

"Onde está o que você roubou de mim, Raphael?" Klaus deu uma tragada no cigarro, soprando a fumaça e se sentindo gentil o suficiente para dar a Raphael algum tempo para pensar sobre sua resposta.

"Senhor, eu não sei o que—"

O braço de Klaus balançou rápido, as costas da mão colidindo com o rosto de Raphael com força suficiente para fazer a cabeça do homem girar para o lado.

"Não minta na minha cara. Eu odeio mentiras." Klaus rosnou, sua enxaqueca entrando em ação mais uma vez. "Eu aprecio a honestidade dos meus homens mais do que qualquer coisa. Você sabe alguma porra sobre, claramente, mas talvez você não queira brincar comigo. Vamos fazer isso rápido."

Raphael pressionou os lábios. "Eu não sei nada sob—"

Outro tapa, dessa vez mais forte, os nós dos dedos atingindo a bochecha do ladrão e provavelmente por causa de seus anéis, a pele de Raphael se abriu, sangue vindo a superfície.

"O que realmente me irrita," Klaus massageou as costas da mão. "É o fato de você ter uma posição alta e mesmo assim ser ganancioso o suficiente para roubar de mim. Onde está sua lealdade?"

Raphael ficou quieto, olhando para o chão.

"Não vai me dizer onde estão as drogas?Ok. Quem era o outro homem com você?"

"Eu não sei."

Puta que pariu.

"Escuta aqui," Klaus suspirou. "Eu não quero estar aqui e você quer sair o mais inteiro possível. Vamos nos ajudar. Se você disser quem é o outro homem, juro que vou pegar leve com você."

Raphael fez um som baixo que soou quase como um gemido, e só serviu para deixar Klaus mais irritado.

"Senhor, eu-eu realmente não sei do que você está falando, eu juro."

Outro tapa forte o suficiente para fazer Raphael ranger os dentes de dor, sua cabeça pendendo para baixo por um momento. Oh, Klaus sabia que esse com certeza doeu como uma vadia.

"Eu ficaria menos bravo se fosse a merda que vendemos na rua, mas minha coca pura?" Klaus sibilou. "Você tem ideia de como é chato perder milhões assim, seu desgraçado de merda?"

"Milhões?Eu—"

"Oh, claro que ele disse que valia menos que isso." Klaus zombou. "Ele brincou com você não foi? Isso não te deixa puto?Você está nessa situação porque ele fodeu com você. Agora me diga o nome dele."

E ainda assim Raphael permaneceu quieto. Mas Klaus podia ver que sua fachada estava começando a desmoronar, ele estava tremendo agora.

"Johnny, me de aquele taco de baseball."

Johnny se moveu imediatamente e Raphael empalideceu.

"Espere!" Ele gritou, se contorcendo na cadeira tentando se libertar e só conseguiu fazer a fita cravar em sua pele dolorosamente. "Eu não sei de nada! Sr.Burzynski eu não sei de nada!Eu juro!"

"Eu acredito em você." Klaus pegou o taco de baseball. Era mais pesado do que esperava, o metal frio e duro sob seus dedos. "Mas você deve saber o nome de outro homem. Ninguém é estupido o suficiente para trabalhar com alguém que não lhe dá o nome. Você é estupido, Raphael?"

Raphael continuou em silêncio, estava muito focado olhando para o taco como se fosse o anticristo ou algo assim, o medo correndo selvagem em seus olhos, o suor brotando em sua pele, os lábios secos.

"Quero quebrar algo hoje. Qualquer osso que você escolher." Klaus respirou fundo. "Diga-me um nome."

Raphael gemeu, se contorcendo na cadeira, o lábio inferior preso entre os dentes, parecendo já tão assustado que deu Klaus a certeza que não iria demorar muito. Não deveria ter cancelado com Lisbeth, ela teria feito as coisas mais divertidas.

"Eu não sei senhor!Eu juro que não sei, você tem que acreditar em mim!"

Klaus suspirou. "Eu não acredito em você."

Klaus pegou mais firmemente no bastão e o balançou rapidamente, fazendo o metal colidir com o joelho de Raphael. O som de osso quebrando foi algo arrepiante e Raphael gritou, se contorcendo na cadeira, tentando arquear as costas. Klaus se moveu para mais perto e agarrou o cabelo do ladrão, puxando sua cabeça para baixo e então a agachando na frente dele, o encarando nos olhos sem nem piscar.

"Isso dói?"

"Sim, Sr.Burzynski." Raphael choramingou, seus olhos vermelhos com lágrimas de dor.

"Vai doer mais se você não me disser o nome dele." Klaus soltou o bastão e se levantou, puxando o cabelo do rapaz. "Você acha que eu gosto disso?Eu não sou doente, garoto, eu não gosto de sair quebrando ossos na minha sexta a noite. Mas você não me disser a porra do nome dele eu vou fazer você comer sua própria merda. Você quer isso?"

"Nuh-não senhor eu-eu não quero."

"Então me diga o nome."

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