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Prólogo.

Acho que todo mundo um dia já se perguntou, como seria se pudesse ter uma nova vida, em um lugar diferente, seguindo apenas os próprios desejos, sem nenhuma preocupação com os julgamentos e com a opinião alheia; eu também me perguntei, até que resolvi experimentar, eu não poderia largar minha vida, então decidi que teria as duas, a que eu tenho que viver, e a que eu QUERO viver...

Me chamo Elis, tenho 35 anos, bacharel em ciências contábeis, sócia de um dos maiores escritórios do estado de São paulo, divorciada, com um filho de 5 anos, o Bernardo. Nada de incomum, não é? bom, pelo menos, não havia nada de incomum, até aquele dia, no final do expediente:

-Vamos Elis, por favor, sei que esse é o final de semana em que Romeo fica com o Bê, e você vai pra casa se entupir de doce e ver séries- reclama Aline, minha colega de escritório 

-Ai Aline, não tenho nem roupa pra ir nesse tipo de lugar, não sei dançar, e não tenho tempo nem paciência pra flertar com ninguém.

- Por favor, vamos, prometo que se você não gostar, eu te levo de volta no mesmo instante- faz biquinho

-Tá bom, passa lá em casa as 8 então, sem atrasos, pois pretendo estar em casa antes de meia noite... 

Antes de mais nada, preciso que vocês entendam que nem sempre fui essa caretona, que só trabalha e vê TV, já tive um vida bem animada, antes de mudar pra SP, e como toda boa nordestino arretada, eu não tive medo de mudar, mesmo que a mudança quase tenha me custado a vida.

15 anos atrás:

- Alô, mãe? 

- Oi minha filha, está ligando pra confirmar o almoço de domingo?

-Mãe, eu sei que a senhora convidou ele também, porque a senhora não aceita que acabou?

- Você sabe o que eu acho disso, separação é pecado, minha filha, e você precisa se arrepender...

- Isso não importa mais, mãe, estou indo embora, vou pra SãoPaulo, só estou ligando pra me despedir, e antes que a senhora reclame, nós duas sabemos que se eu te contasse antes, ele ia ficar sabendo e me impediria, sua benção mãe, e me desculpa novamente, por não conseguir ser o que a senhora queria que eu fosse.. 

Nem aguardei a resposta dela, desliguei com os olhos cheios d'água, e comecei a lembrar onde tudo começou...

Cap.01 - Religião é um mal necessário?

**Renato narrando** 

  Estou no pátio da faculdade, tentando passar o tempo, depois de matar a aula chata da professora Aline, quando ouço alguns soluços baixinhos por perto, quando olho atrás da rampa de deficientes, uma garota sentada chorando baixinho, e resolvo ir lá falar com ela. 

-Moça, está tudo bem? -Ela me olha assustada 

- Não, mas vai ficar- sorri fraco

- Me chamo Renato, qual é o seu nome?

- Elis - responde sem muita empolgação

- Bem, já vi que você não está muito afim de conversar, então vou te deixar sozinha, toma aqui meu número, sou aluno do curso de TI, quando precisar, é só me chamar

- ela agradece sem me olhar, e eu sigo meu caminho. Não sei te dizer exatamente porque, mas essa garota ficou na minha cabeça, pela camiseta, vi que ela cursa ciências contábeis, amanhã, com calma, irei procurá-la

Elis

  Meus pais são bem religiosos, daqueles cegos onde tudo que nos acontece, ou é propósito ou é castigo de Deus, e ainda tem meu irmão, tão cego quanto, mas com uma pitada de sadismo, de prazer em me ver sofrer pelo simples fato que não querer ser alienada igual a eles. Eu sofri muito desde criança, até o ensino médio, onde muitas coisas aconteceram, e me trouxeram até essa situação, novamente, sentada no chão, escondida, chorando pelo rumo

ou falta dele

que minha vida está tomando... 

Alguns anos atrás, no ensino médio: 

-Bom dia, tem computador vago?-pergunto 

- Tem sim mocinha - responde o rapaz da lan-house

- coloca tempo livre pra mim, só vou usar o banheiro rapidinho e já volto- falo e saio indo em direção ao banheiro

- ESTÁ OCUPADO! -Respondo no susto quando vejo a porta abrir

- Eu sei, mocinha, e vai ficar ocupado mais um tempo - vejo o rapaz entrar e fechar fechar porta, e o desespero já toma conta de mim Tento sair, grito, chuto o miserável que está tentando arrancar minha blusa, até que por sorte, chegam clientes na lan-house, e o infeliz sai como se nada estivesse acontecendo. E eu? sai correndo, fui na casa de 2 amigos que moravam sozinhos, e eram meu refúgio, e na hora em que Júlio abriu a porta, eu só me joguei em seus braços e chorei tanto, que nem vi a hora em que dormi, só sei que eu estava MUITO ferrada, meus pais iam me matar!!

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