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"Doutor, ela é a refém que você precisa entregar." "O quê?! A amante do meu marido?"
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Ponto de vista de Yulia:

"Estou dormindo com o seu marido no quarto 103. Você não é só mesquinha, mas incompetente, não é Yulia? Não consegue sequer prender um homem e possuí-lo de corpo e alma, mas ainda está tentando se agarrar ao título de Sra. Mullally."

De frente para a porta do quarto 103, li e reli a mensagem de texto no meu telefone e, sem perceber, afundei as unhas na palma da minha mão a ponto de fazê-la sangrar.

Doeu? Sim, mas na medida certa. Olhando para o meu reflexo na tela do celular, vi um rosto pálido. Ao invés de uma moça bonita e delicada, eu parecia alguém que tinha acabado de perder muito sangue.

Enquanto tentava me acalmar, ouvi o som da porta se abrir, e logo assumi minha expressão indiferente de sempre.

Neste instante, Ryan saiu abraçado do quarto com sua linda assistente, Christina.

Quando me viu, ele não entrou em pânico. Pelo contrário, parecia muito animado. "Olha quem veio para me pegar em flagrante de novo. Por que não entrou? Está tão quente aqui fora. Você não está cansada de ficar parada aí?"

"Fiquei com medo de que não conseguisse levantar sua coisinha caso me visse. Teria me sentido muito culpada se isso acontecesse." Por mais que meu coração doesse, recusei-me a demonstrar fraqueza.

Ao ouvir minha provocação, o dedo mindinho da mão direita de Ryan se contraiu em um nítido sinal de raiva. Tantos anos de casamento tinham servido para alguma coisa, afinal, agora eu o conhecia como a palma da minha mão.

"Não seja passivo-agressiva, Yulia. Foi você quem estragou tudo." Ryan perdeu a calma.

"Ah é?" Sorri com escárnio.

Três anos atrás, Ryan tinha uma ex-namorada que era louca por ele e, como eu era a suposta Sra. Mullally, ela resolveu me sequestrar. Embora eu tenha finalmente conseguido escapar, meu sofrimento só tinha começado quando um estranho mascarado tirou minha virgindade.

Na hora do ocorrido, eu não parava de murmurar o nome do meu marido, esperando que ele pudesse aparecer e me salvar magicamente. Então, quando, de repente, avistei seu carro, acreditei que Deus havia atendido as minhas preces. Jamais poderia ter imaginado que Ryan estaria lá por outro motivo.

Como seu carro não estava estacionado muito longe de mim, eu o vi fazendo s*xo com outra mulher pela janela. Para piorar as coisas, não era uma mulher qualquer, mas a mesma que havia me sequestrado.

Imediatamente, todas as minhas forças se esgotaram e, casada de resistir, deixei que o mascarado fizesse o que quisesse comigo.

"Então, não foi Deus quem ouviu minhas preces, mas o próprio Diabo." Fechei os olhos, deixando as lágrimas escorrerem pelos seus cantos. Ao ver isso, o homem mascarado parou o que fazia para secá-las com seus beijos.

Como eu era patética! Até mesmo o homem em cima de mim me achou digna de pena. Um buraco se abriu no meu peito naquele momento.

Depois disso, perdi a consciência e quando acordei, com medo de piorar o estado de saúde da minha mãe, varri tudo o que aconteceu para debaixo do tapete e tomei a pílula do dia seguinte. No entanto, a cada vez que me lembrava do ocorrido, o buraco em meu peito crescia, destruindo o amor que eu tinha por aquele homem dia após dia.

"Bom, desculpe-me se disse algo que o chateou, mas depois de tanto tempo casada com você, tive que aprender a ser passivo-agressiva para me proteger." Levantei o queixo, tentando parecer corajosa.

Ryan me olhou com frieza. "Por que não vamos direto ao ponto? Você não pode ter vindo aqui só para dificultar a minha vida, não é? Não me obrigue a ser grosseiro com você."

"Mas eu vim justamente para isso..." Eu queria me vingar e descontar toda minha dor nele.

"Saia da minha frente!" Ryan gritou antes que eu pudesse terminar de falar.

A sombra de um sorriso frio brincou em meus lábios. Qualquer resquício do amor que eu tinha por ele havia desaparecido do meu coração.

Ao tirar um documento da minha bolsa, entreguei-o para Ryan.

"O que é isto?" Perguntou ele, desconfiado, sem pôr as mãos no papel.

"É sobre ela." Apontei para sua assistente com a cabeça, mas mantive os olhos fixos nele, apesar de odiar olhar para sua fuça.

"O que há de errado comigo?" Sem medo, Christina se agarrou ao braço de Ryan, tentando desviar sua atenção.

"Você é muito famosa por aí, mas, infelizmente, não de um jeito bom. É o que acontece quando você dorme com quase todos os empresários ricos da cidade. A propósito, um deles descobriu que é HIV positivo no mês passado." Balancei o documento na cara dela.

Imediatamente, Christina ficou pálida como uma vela, mas era difícil dizer se era por medo da fúria de Ryan ou pela possibilidade de ter contraído a doença. De qualquer jeito, eu não me importava.

"Vocês usaram camisinha, não é? Caso contrário, posso indicar um médico." Não pude deixar de continuar esfregando sal em suas feridas.

Arrancando o documento das minhas mãos, Ryan estreitou os olhos. Eu sabia que estava prestes a perder a paciência.

Inclusive, devia ter previsto que, no momento seguinte, ele atiraria o documento no meu rosto, o que doeu mais do que pensei.

"Você sempre sabe como me irritar", Ryan rosnou.

"Mas é claro. Eu quero que você seja infeliz para sempre". Zombei.

Sem dizer outra palavra, ele deu as costas e foi embora. Eu sabia que ele passaria a noite com outra mulher e chegaria em casa com o cheiro dela como fez incontáveis vezes no passado.

Na visão dele, eu não chegava aos pés da sua assistente imunda.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar nisso, mas mordi o lábio inferior com força, tentando prender o choro.

Enquanto segurava as lágrimas, distraída, Christina me deu um tapa no rosto que me fez cambalear para trás. "Você acha que irá conquistá-lo só porque arruinou o meu plano?"

A dor me fez recobrar os sentidos e as lágrimas secarem. Mais calma, levantei a cabeça e a encarei.

"Se quer tanto aquele idiota, fique com ele", disse a ela antes de devolver o tapa. "Só não se esqueça que eu não sou o tipo de pessoa que vai tolerar sua m*rda."

"Então, por que ainda não se divorciou?" Christina perguntou de forma agressiva, mas segurou o impulso de me esbofetear outra vez como se minha postura tivesse a intimidado.

"Não é um direito seu saber o que aconteceu entre mim e ele", respondi friamente. "Mas esta informação estará na Internet amanhã. Cuide-se."

Sem esperar para ver sua reação, dei as costas a ela e deixei o hotel.

Já era bem tarde da noite e estava um pouco frio lá fora. Então, ajeitei minha roupa e caminhei sem rumo pela estrada.

Como não queria voltar para o quarto vazio da minha casa, decidi ir ao hospital e descansar na sala de plantão.

Assim que cheguei ao consultório, um soldado veio correndo com uma expressão séria no rosto e perguntou ansioso, "Ah, graças a Deus! Você é ginecologista?"

Vendo sua ansiedade, levantei-me imediatamente e vesti meu jaleco branco. "Qual é o problema?"

"Há uma mulher grávida nas proximidades, sendo mantida refém. Sua bolsa estourou e ela precisa de primeiros socorros urgentemente. Por favor, venha comigo", explicou ele rapidamente.

Depois de arrumar meu kit de primeiros socorros, corri com o homem até o local do incidente e fui levada para o quarto 802, que funcionava como uma espécie de centro de comando.

O quarto 801, que ficava logo em frente, era onde a mulher estava sendo mantida.

No corredor, havia dezenas de soldados com rostos sombrios espalhados à espera das instruções de seus superiores.

A primeira coisa que notei ao entrar no quarto foi o homem no comando da operação. Com olhos penetrantes e uma voz barítono profunda, ele parecia um líder nato.

Enquanto esperava, notei que havia até mesmo coronéis entre os homens que recebiam suas ordens.

Não pude deixar de me perguntar qual era sua patente. Talvez fosse um general?

Parecendo notar o meu olhar, o homem virou a cabeça e me encarou com uma certa hostilidade, o que me deixou surpresa.

Embora aquilo tivesse me chocado, mantive minha posição e me forcei a encontrar seus olhos.

Ao vê-lo se aproximar, precisei inclinar a cabeça para trás para continuar o encarando enquanto sua figura alta fazia sombra sobre mim. Aquela era uma sensação de opressão tão familiar que de alguma forma me fez lembrar do homem mascarado daquela noite. Inconscientemente, um arrepio subiu pela minha espinha.

"Foco", ordenou ele.

"Eu sou médica e não uma criminosa. Não precisa falar assim comigo." O tom dele não me agradou.

"Arranjem outro médico", ordenou ele aos seus homens, desviando o olhar do meu.

"O quê? Por que não pode ser eu?" Não entendi o que estava acontecendo. Depois de me tirarem do hospital às pressas, já queriam me mandar embora?

"Há três traficantes lá dentro, que tem o sangue de muitos inocentes nas mãos. Você é corajosa o suficiente para enfrentá-los?" Indagou ele friamente.

"Por que eu não?" Ergui o queixo em desafio.

"Melhor pensar bem antes de responder porque não é só a sua vida que está em jogo aqui, mas a da mulher grávida lá dentro." Ele continuou a me encarar com frieza. Ao sentir sua respiração bater no meu rosto, meu coração errou uma batida.

"Eu não teria vindo se tivesse medo da morte." No caminho até ali, o soldado havia me explicado um pouco da situação, e eu me sentia confiante para fazer o meu trabalho.

Sem dizer uma palavra, o homem olhou para mim como se tentasse enxergar através da minha determinação.

Como era teimosa, eu o encarei de volta, conseguindo enxergar meu reflexo no brilho dos seus olhos.

"Senhor! A mulher grávida desmaiou."

Melhor do que ninguém, eu sabia que a situação daquela mulher era grave e ela precisava de cuidados intensivos imediatamente.

Então, não hesitei em colocar minha vida em risco.

"Escute, se eu falhar, você pode me punir da maneira que achar melhor! Se quiser me mandar para a prisão ou o tribunal militar, a decisão é sua."

"Tudo bem." Depois de uma pequena pausa, o homem meneou com a cabeça e disse: "Meu nome é Kaleb. Vou acompanhá-la até o outro quarto como seu 'assistente' e espero mesmo que você seja tão corajosa quanto afirma ser."

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