Meu nome é Lillian.

Tenho 23 anos e sou a Luna da Alcateia Diamond Moon. Sou Luna desde que me casei com Alfa Samuel há três anos. Apesar de não sermos companheiros predestinados, desempenhei meu papel em prol deste bando de maneira notável. Sou a melhor no que faço. Dentro da comunidade do Alfa, nunca vi uma Luna tão envolvida e altruísta como eu.

Então, estar nesta posição agora me fez questionar o que diabos estava acontecendo. Definitivamente foi um sonho. Deveria ser algum tipo de pesadelo, porque isso não poderia ser real.

"Por que você fez isso sua vad*a?" Meu Gama me perguntou enquanto me bateu novamente, me fazendo cair no chão. E outro chicote surgiu do nada. 'Oh, minha Deusa da Lua... Por favor, preciso de uma resposta. Eu preciso saber. O que diabos está acontecendo comigo?' Eu pensei com desesperança.

Levantei minha cabeça e olhei diretamente nos olhos do meu agressor. Eu o conheci e ele me conheci. Ele sabia que sou a Luna, mas por que me tratou como se fosse uma criminosa?

"Por que você está me batendo?" Eu disse, tentando olhar para ele com dignidade.

"Eu te perguntei uma coisa, Liam?" Perguntei novamente, tentando me apoiar em meus braços enquanto estava ajoelhada no chão da minha cela.

"Que mal eu fiz para ser tratada assim?"

Mas Liam me lançou um olhar furioso:

"Você sabe o que fez!" E de repente senti outra chicotada nas minhas costas rasgando minha carne.

"Susanna..." Sussurrei para minha loba e minha cabeça caiu entre meus braços atingindo o chão.

"Susanna, dói demais..." As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto sem controle. Apesar de todos os meus esforços para resistir e ser corajosa, cheguei ao meu limite, e então me curvei no chão.

'Você pode me ajudar, Susanna? Você pode me curar?' Perguntei à minha loba.

'Eu quero, Lillian', ela gemeu de dor. 'Mas não posso mais suportar. Estou exausta. Ele está nos batendo há horas'. Poderia ouvir seus lamentos. Ela implorou ajuda à Deusa. 'Onde estava minha Deusa agora? Não mereço passar por isso!'

"Por favor..." Eu sussurrei e tentei novamente levantar minha cabeça.

"O que está acontecendo, Liam? O que quer que esteja acontecendo aqui, você deve saber que é apenas um mal-entendido..." E coloquei minha cabeça no chão para poder observá-lo enquanto falava com ele.

"Você nos enganou sua v*dia!" Liam rosnou para mim. "Você nos fez pensar que você é uma boa mulher, mas é apenas uma mulher maliciosa e sem coração", e levantou o braço para me bater novamente.

Eu sabia que não pude escapar disso. Ele até me deu acônito para me enfraquecer e me submeter a ele. Não tinha chance. Não tinha poder nisso.

"Eu juro para você, Liam", disse em um sussurro, "Eu não tenho ideia do que você está falando..."

Liam perguntou enquanto me deu um tapa forte na cara: "Como é que o nosso pequeno Alfa está morto?"

O QUÊ? Que pequeno Alfa? Quem morreu?

"Não olhe para mim como se você não tivesse ideia do que está acontecendo sua v*dia!" Ele repreendeu e me deu um tapa. "Você matou o bebê de Xiomara! O herdeiro da nossa alcateia!"

O filhote ainda não nascido da Xiomara morreu?

"Eu não fiz isso!" Gritei com toda a força que ainda me restou. "Eu nunca faria isso!"

"Eu não a toquei! Não é minha culpa se ela abortou o filhote!" Eu disse a ele, e agora meu coração começou a bater cada vez mais rápido.

Você pode achar problemático discutir o filhote de outra mulher como o herdeiro da alcateia, considerando que era Luna e a esposa legal do Samuel Waltham, o Alfa da Alcateia Diamond Moon. No entanto, havia mais do que isso em jogo.

Eu poderia ser a Luna dele, mas era infértil e durante três anos tudo o que ele queria era ter um herdeiro. E sua companheira predestinada deu a ele o que eu não pude.

Não tinha ideia de por que a Deusa da Lua me tornou infértil, mas sou assim.

"Mas por que eles estão me acusando de matar o filhote dela? Eu não tenho nada a ver com isso."

"Pare de me olhar assim!" Liam de repente rosnou, me fazendo voltar dos pensamentos. "Pare de me olhar como se fosse inocente!"

E eu fechei meus olhos horrorizada ao ver o chicote vindo em minha direção novamente, mas antes que ele pudesse me tocar, a porta se abriu e um rosnado forte veio da moldura da porta.

"Em nome da Deusa, que p*rra você fez, Liam?"

"Fiz o que me foi dito. Eu a fiz pagar por seus crimes!" Liam disse, mas no segundo seguinte, era empurrado para longe de mim por Henrique, nosso Beta. Eu mal poderia ver Liam por causa do sangue que escorre no meu rosto, mas ele caiu no chão perto de mim.

Mas o que fez minha alma saltar era o cheiro de Samuel. Ele estava aqui, ele iria acreditar em mim. Ele me conhecia e me amava. Ele sabia que eu nunca faria o que Liam estava me acusando. Eu tentei olhar para ele, mas antes que eu conseguia, Henrique rosnou para Liam.

"Quem você acha que é para puni-la? Ela merece um julgamento. Até lá ninguém pode dizer se ela é culpada ou não!" Henrique disse em voz áspera, e se ajoelhou ao meu lado e olhou para as minhas feridas.

"Saia daqui, Liam, e não apareça novamente ou eu vou estrangular você por abusar da sua Luna!", ele ordenou a Liam.

"Ela não é mais minha Luna!", Liam rosnou, mas obedeceu a Henrique e saiu da minha cela, me deixando sozinha com Samuel e Henrique. Mas por que Samuel permanecia em silêncio?

"O que você fez, Lillian?" Henrique sussurrou, olhando para mim com ar triste.

"Eu... não... fiz... nada." Eu sussurrei e tentei olhar em seus olhos, mas estava muito fraca, então virei meu rosto para Samuel, e tentei alcançar seu olhar, mas ele me encarou com ódio.

"Samuel...", sussurrei.

"Xiomara disse que você fez isso." Henrique disse e agora meu coração parou, mas a voz de Henrique não era mais dura. Ele estava falando comigo com calma. "Tudo é contra você, Lillian."

Eu encarei Samuel. Ele não poderia acreditar nisso. "Não, não, não. Ele tem que confiar em mim, acabei de saber sobre o filhote de Xiomara. Como posso provar a eles que não fui eu?"

"Quem vai falar por mim diante de Samuel?"

Silvana!

Minha Ômega deveria saber que não estive no quarto de Xiomara. Ela estava comigo o tempo todo. Preciso que ela me ajudaria. Ela é minha única esperança.

"Samuel", eu disse, abrindo meus olhos e olhando diretamente nos olhos do meu companheiro. "Por favor, fale com Silvana. Ela sabe que não fui eu. Ela é minha serva. Ela ficará ao meu lado e dirá a verdade. Eu jamais machucaria um filhote inocente, Samuel. Eu não sou esse tipo de pessoa", e comecei a chorar novamente. "Eu não fiz isso!" Quase gritei, surtando pela primeira vez desde que essa loucura começou.

Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, a voz que mais amava neste mundo me atingia com palavras ásperas, como se nunca tivesse me amado, como se eu fosse sua maior inimiga.

"Não há necessidade de me contar nada", disse Samuel, meu Alfa, meu companheiro escolhido e meu marido. "Eu já sei o que você fez."

"O quê?" Isso não poderia acontecer!

"Amor, eu nunca..." Mas no momento em que eu disse isso, seu rosto ficou sombrio e ele se aproximou de mim, quase me fazendo pular de medo.

"Não me machuque!" Gritei horrorizada, tentando abraçar meus joelhos enquanto me encolhia na posição fetal, numa tentativa de me proteger do golpe, mas minha reação o surpreendeu.

"O que você está fazendo, Samuel?" Henrique perguntou e olhou para mim com olhos esquisitos.

"Você está me perguntando isso?" Samuel perguntou furioso, usando su comando alfa. "Como você se atreve a me questionar por causa dessa v*dia?" E no momento em que suas palavras saíram, os uivos de Susanna ecoaram cada vez mais alto em minha mente. 'Ele nos odeia. Ele não acredita em nós.'

"Não se trata de traição, Samuel", Henrique disse a ele. "É sobre dar a ela uma chance de se explicar, de se defender, caso haja algo que não foi dito até agora."

Samuel olhou para mim e eu segurei os meus braços feridos, envolvendo-os em volta de meu corpo. Senti tanto frio, como se o sangue estivesse saindo do meu corpo.

"Ela vai morrer logo, se você não parar com essa loucura", Henrique disse, olhando para mim, e isso fez Samuel estremecer. Pensei que ainda restasse alguma emoção, ou um grama de amor em seu coração destinado a mim.

"Eu não fiz isso", sussurrei, tentando a sorte. "Eu nunca te machucaria dessa forma, Samuel", eu digo.

Eu nunca faria isso. Ele tem que saber disso.

"Mas ainda assim você fez!" Samuel disse, por fim, com algum remorso no olhar, virando a cabeça em outra direção como se não pudesse mais olhar para o meu corpo ferido.

"Você estava com ciúmes da Xiomara. Eu te disse que ela nunca tiraria sua posição de Luna, mas eu preciso dela para procriar. E você? O que você fez? Você agiu pelas minhas costas por causa de ciúmes!"

"Eu confiei em você, Samuel. Não havia necessidade de machucá-la. Eu confiei em você", disse, usando todas as minhas forças para me ajoelhar e tentar ficar de pé.

"Você está mentindo!" Ele disse, virando-se e apontando o dedo indicador na minha direção, me encarando com olhos sangrentos. Mas não poderia ceder à fraqueza. Preciso implorar para que ele me escute.

"Você machucou a minha companheira!" Ele rosnou para mim, "A mãe do meu filhote!"

"Sua companheira? SUA M*LDITA COMPANHEIRA?" Eu não aguentei mais.

"Se ela é sua companheira, o que eu sou, Samuel?" Perguntei a ele sem sequer vacilar, pois tudo começou a ficar claro. Ele também a amava, mesmo que disse que não. Mas minha pergunta o pegou de surpresa, pois ele apenas me encarou como se não tivesse ideia de como responder.

"Se você já me amou, mesmo que por um segundo", disse a ele, olhando diretamente em seus olhos. "Eu imploro, traga minha serva aqui. Silvana conhece minhas ações. Ela estava comigo quase o tempo todo. Ela será minha testemunha."

Ele estava me encarando e duvidando de mim.

"Cara, ela pode..." Henrique começou, mas foi interrompido por uma voz suave de mulher.

"Ela está certa..." e Samuel se virou quase correndo até a porta.

"O que você está fazendo aqui, Xiomara?" Ele perguntou com uma voz assustada. "Você deveria descansar depois de tudo o que aconteceu."

"Eu queria ver a Lillian", ela sussurrou com a mesma voz suave. "Eu queria perguntar a ela por que ela fez isso."

"Porque ela estava com ciúmes!" Samuel explicou a ela e a puxou para seus braços, fazendo com que eu e Susanna soframos. Ele me marcou, ele deveria saber que estava me fazendo sofrer.

"Ela disse que tem uma testemunha", Xiomara contou a ele. "Talvez ela esteja certa, talvez seja apenas um mal-entendido." Meu coração parou.

'Algo está errado, Lilly.' Susanna sussurrou. 'Ela está nos defendendo? Por que ela faria isso?'

"Traga a serva dela aqui". Xiomara ordenou a Samuel. "Quero saber se não foi ela que colocou veneno na minha comida para abortar nosso doce e inocente filhote." E o meu coração não estava batendo mais.

Ele iria me dar uma chance de me defender? Ele iria me salvar dessa loucura? Mas por que Xiomara estava me ajudando?

"Tem certeza?" Ele perguntou a Xiomara, sem olhar para mim e ela apenas balançou a cabeça, olhando para ele com olhos de cachorrinho.

"Darei apenas mais uma chance, Lillian.", disse Samuel e se soltaou do abraço de Xiomara. "Pelo bem do nosso passado juntos", olhando para Henrique, ele ordenou.

"Traga Silvana aqui."

Ele fez isso. Nos deu outra chance... Mesmo que não tivesse sido por nós, mas pelo bem de Xiomara, pelo menos eu tinha uma chance de me explicar.

"Precisava de mim, Alfa?", disse Silvana e ao olhar para mim ela perdeu as cores. "Luna!" Ela gritou horrorizada, tentando se aproximar de mim, mas Samuel a impedeu.

"Deixe-a!" E usando seu comando Alfa ele lhe perguntou.

"Diga-me a verdade, Silvana. Lillian é culpada ou não pela morte do meu filhote que ainda não nasceu?" Essa pergunta fez Silvana ficar estática. Ela começou a tremer e caiu em lágrimas.

"O que diabos está acontecendo?" Me perguntei. O que estava havendo? Que reação era essa?

"Ordenei que falasse!" Samuel rosnou para ela e ela o encarou diabolicamente.

"Sinto muito, Alfa!" Ela caiu em lágrimas.

Por que pediu desculpa? O que estava acontecendo?

"Foi ela que me forçou, Alfa!" Silvana disse e agora eu estava realmente morta.

"Eu não queria, mas ela me forçou..." Silvana se ajoelhou diante de Samuel. "Ela usou seu comando de Luna em mim e eu fui forçada a me submeter a ela! Ela me ordenou que envenenasse sua companheira predestinada!"

"Eu nunca usei meu comando de Luna em ninguém!" Eu disse para ele, mas Samuel se virou e me deu um tapa. "Por favor, meu amor, por favor acredite em mim!" Eu implorei chorando desesperadamente. "Você me conhece desde que eu tinha dois anos, eu nunca faria isso!" E eu agarrei sua perna, mas Samuel apenas me chutou para o chão.

"Não me toque!" Ele rosnou para mim.

"Eu te amo, Samuel. Eu nunca..." Mas ele apenas virou as costas para mim e agarrando a mão de Xiomara. Ouvi que ele ordenou a Henrique.

"Prepare tudo. Amanhã eu a executarei!"