Home/ A Redenção da Luna Sem Loba Completed
Depois que ficava com o Rei Alfa, meu companheiro anterior me pediu uma segunda chance.
About
Table of Contents
Comments (22)

Ponto de vista da Aria.

"Você é uma coisinha tão feia e patética".

"Até quando você vai continuar sendo uma idiota?".

"Seria tão melhor se você morresse... você não passa de um peso morto pra esse bando".

"Eu culpo a sua mãe por ter dado a própria vida pra salvar você, um ser tão inútil assim...".

...

Sem lobo.

Meu nome é Aria Scott, eu era a criatura que mais sofria preconceito no meu bando. Meu maior defeito? Eu nasci sem a habilidade de me transformar em um lobo.

Minha mãe morreu me defendendo de agressores do nosso próprio bando, uma tragédia que marcou o início do meu sofrimento por toda minha vida.

O bando nunca me deixou esquecer da minha fraqueza, castigando-me sempre que tinham uma chance. Eu era o bode expiatório de suas frustrações, sempre tinha que fazer tarefas domésticas e de limpeza, além de ser o saco de pancadas.

Sempre tentei ser o tipo de garota que eles queriam que eu fosse, mas tem sido pra lá de difícil, especialmente já que moro sob o mesmo teto que a irmã da minha mãe, a Susan.

Morar na mesma casa que a tia Susan era uma tortura, como estar presa em um prédio coberto por chamas ardentes.

Eu era tratada como uma maldição, uma praga.

Minha presença era recebida com animosidade, especialmente por parte do Allen, o futuro Alfa, e seu grupo.

Tenho medo deles e sempre dou um jeito de os evitar, apesar de sempre ter tido uma quedinha por ele, ele não passa de um malandro, uma criatura de coração frio. O ar que respiro o enoja profundamente.

É óbvio que ele ama outra pessoa, Amber, a filha do Beta. Uma coisa é certa, se tem algo do qual me orgulho, é do meu controle emocional.

A única coisa que manteve minha cabeça no lugar e sempre me ajudou a me focar é a alegria de fazer dezoito anos, e meu aniversário é amanhã.

Apesar de já ter passado da idade em que encontramos nossos lobos, tenho a sensação de que amanhã vai ser hilário porque muitas pessoas vão encontrar seus companheiros, mas eu vou acabar ficando com a vassoura.

A ausência do meu lobo me preocupa, e amanhã é o dia em que cada lobo encontra seu parceiro, o dia em que encontrarão a outra metade da sua laranja.

Eu ouvi histórias diferentes sobre o laço entre companheiros, sobre como alguém era capaz de reconhecer sua alma gêmea, seu companheiro predestinado.

E sobre como o laço entre companheiros é como uma força que os atrai um para outro, que é possível sentir o cheiro e detectar que aquela pessoa pertence a você.

Uma cola que te une por completo com a pessoa que pode te amar independente das circunstâncias.

É uma pena que eu jamais saberia como é sentir isso, esse laço entre companheiros.

Suspirando, inclinei minha cabeça para o lado, e foi aí que ouvi um barulho vindo de trás de mim. A princípio, pensei que era coisa da minha cabeça, até que ouvi a voz doentia dela.

"Ora, ora! O que temos aqui?", disse com uma voz melodiosa, como se cantasse. Os mais novos riram, fazendo com que eu revirasse os olhos para eles.

Quando me virei, deparei-me com Amber, a namorada de Allen, a garota que eu mais odiava no mundo inteiro.

Enfim, o sentimento era mútuo porque ela sempre implicava comigo na primeira oportunidade que tinha.

Me levantando lentamente do banco, preparo-me mentalmente pelas surras e pelos insultos que já recebi vindos deles.

"Que p*ranha?!", zombou. Estava de pá, vistindo um elegante vestido vermelho de renda que mal cobria sua bunda, e botas. Seus lábios esticados em um sorriso zombeteiro.

"Uhm...", engoli seco e tentei dar um passo para longe delas, mas fui puxada de volta com força por uma das mais novas, Jessy.

"Huh?", ela franziu o cenho com um sorriso perigoso se abrindo em seu lábio inferior. Eu tremi sob seu olhar cheio de ódio, com meu coração batendo forte dentro do meu peito.

"Onde pensa que tá indo, c*dela?!", gritou. Com os lábios trêmulos, fui capaz de me forçar a dizer, "Por favor...".

"Eu ainda não me diverti com a minha bonequinha", e gesticulou para a água com a cabeça.

Segui a direção para que ela havia apontado e meus olhos se arregalaram.

"Não! Não!", gritei enquanto os caçulas me agarravam e me jogavam na água. Ainda bem que eu não nadava tão mal assim.

Depois de ter afundado, me forcei a subir para a superfície, procurando por ar.

Ao erguer minha cabeça para fora da água, pude ouvir suas risadas e como elas ecoavam.

Estavam amando o espetáculo, amando ver como eu lutava para sair da água.

As olhei, com dor e raiva, pateticamente. Me senti uma inútil, já que não podia fazer nada.

Mas, infelizmente, ouvi a voz da minha tia bem do nosso lado.

"O que tá acontecendo aqui?", ela perguntou.

"Nada, só tentando colocar essa idiota patética no lugar dela...", Amber respondeu sarcasticamente, tirando uma pequena risada dos mais novos.

Encarei elas, mas não podia dizer muita coisa. Tia Susan olhou para mim com nojo, fazendo com que eu me afundasse mais ainda na água, abaixando minha cabeça.

"Sinto muito, só deixe essa pirralha suja quieta".

"Tá bom, só é triste que a diversão vai acabar tão rápido, mas vou deixar ela escapar hoje", respondeu com uma expressão tristonha.

Eu sei que ela só estava fingindo.

"Obrigada", Susan murmurou, sorrindo.

"Até a próxima, brinquedinho", Amber saiu pisando alto, levando os caçulas consigo.

Suspirei, aliviada, mas, infelizmente, ainda tinha outro inferno com o qual lidar.

"Que coisinha mais feia e patética é você, em?!", Susan xingou.

"Eu... sinto muito, tia".

"Até quando você vai continuar sendo uma idiota?", atacou-me.

"Eu sinto muito por ter te desapontado, tia, mas eu não consegui revidar", murmurei de cabeça baixa.

Eu estava constrangida e envergonhada demais para enfrentá-la.

"Me desapontar?!", repetiu minhas palavras para mim.

"Não! Eu culpei sua mãe por dar a própria vida para salvar você, sua inútil... sua vida amaldiçoada me custou a única irmã que eu tinha". Meu coração dói a cada palavra que ela diz.

"Como você poderia revidar se você não serve pra nada?".

"Seria tão melhor se você morresse... você não passa de um peso morto pra esse bando", continuou, cada palavra me quebrando um pouco mais.

Essa era a mulher que sempre tinha se certificado que não me faltasse nada quando minha mãe ainda estava viva.

Mas depois de sua morte, eu me tornei seu saco de pancadas. Se importando cada vez menos comigo, me deixou passar fome e me tratou como lixo.

Ela me maltratou e me jogou para as traças como se eu não fosse o suficiente, e assim também fizeram seu marido e sua filha, Jessy, que era mais nova que a Amber.

Entrar naquela casa sempre me deixava em pânico, fazendo meu coração acelerar.

"Eu... sinto muito mesmo, tia", um soluço escapou de minha boca. Eu a implorei incessantemente.

"Não sei por que decidi te acolher sob meu teto, porque você não passa de uma pedra no meu sapato", cuspiu.

"Quer saber? Entra, limpa a casa e lava todos os pratos, tanto os limpos quanto os sujos. Lava e passa toda a roupa também. Entendeu?", atacou-me cruelmente.

"Por favor... isso é coisa demais".

"Eu não tô nem aí! Anda logo e faz o que eu mandei antes de eu voltar. E você vai fazer o jantar e servir na hora certa".

"Tia, por favor... eu te imploro, por favor". Meus olhos lacrimejaram.

"Eu não ligo e ponto final". Foi a última coisa que ela disse antes de ir embora.

Quando acabei as tarefas domésticas, todo o meu corpo doía por conta do excesso de trabalho.

E eu ainda tinha que preparar o jantar e serví-lo antes que ela voltasse.

Esse tinha sido meu dia a dia desde a morte de minha mãe, mas mesmo assim, parece que eu nunca me acostumei.

You may also like

Download APP for Free Reading

novelcat google down novelcat ios down