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Revelações

Nora uma jovem simples em sua beleza, porém com um encanto que só ela possuía, tinha consigo a beleza da alma, a doçura na voz, um sorriso largo sem cerimônia, cabelos longos e pretos, olhar penetrante e verdadeiro, na casa dos seus vinte anos.

Educada por pais simples que trabalhavam em uma linda e suntuosa fazenda de café na cidade de São Paulo, tinha sonhos, como toda menina de sua idade, mas sabia a realidade em que vivia, tinha que trabalhar e muito para ajudar seus pais.

Nora saía de casa muito cedo para ir trabalhar na cidade grande como eles mesmos diziam, trabalho que foi conseguido com o auxílio dos patrões de seus pais donos da grande fazenda de café, que para ela tinha sido um grande presente e seria eternamente grata. Sonhava em estudar e se formar médica, porém sabia que este sonho era simplesmente impossível naquela situação em que se encontrava.

Sua mãe Aurora, uma mulher de meia idade, mas castigada pelas rugas do tempo, lavava as roupas da casa grande da fazenda para ajudar com as despesas da casa, tinha uma fé inabalável nunca reclamando se quer um dia de suas condições, pelo contrário, era o alicerce da casa tanto em fibra quanto em fé, mulher caridosa onde todos os humildes vizinhos a adoravam e a tinham um grande respeito.

Já seu pai era um homem de meias palavras rude e bem grosseiro as vezes, durão e de pouca fé onde sempre que podia reclamava da vida e de como as coisas poderiam ser melhores, Calisto e Aurora típico casal da época.

Seu Calisto trabalhava para um casal de fazendeiros muito ricos daquela região, ele tinha total confiança dos patrões era o faz tudo da fazenda e como ele tinha sido o primeiro empregado, os patrões tinham-lhe dado uma pequena propriedade perto dali para que morasse e vivesse bem com sua família, mas Calisto nunca estava satisfeito, achando que era pouco o que ganhava pelo tanto que trabalhava e fazia por eles, já os patrões casal idoso dona Clarisse e seu Cristóvão o tinha como praticamente um membro da família, não tiveram filhos, Clarisse engravidou algumas vezes na mocidade porém nunca conseguiu manter por muito tempo suas gestações a deixando com uma grande tristeza na alma, afinal que mulher não gostaria de ter a dádiva de ser mãe?

Dona Aurora incumbida de lavar a roupa da fazenda se torna amiga e praticamente confidente de Clarisse assistindo durante anos a fio todo o seu sofrimento e angústia. O que Clarisse não sabia era que Aurora sua velha e grande amiga era espírita e membro oficial de um pequeno e humilde centro, onde trabalhava sua mediunidade trazendo conforto e caridade aos mas necessitados. Aurora sabia de suas perdas e de sua grande tristeza, mas evitava tocar no assunto para não despertar sentimentos já adormecidos em Clarisse, mas como nem tudo na vida são flores no caminhar de um espírita, Aurora sabia o porquê de Clarisse nunca ter tido filhos e que mas cedo ou mas tarde tudo seria revelado.

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