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Era uma tarde fria e chuvosa quando minha mãe tocou a campainha dos grandes portões da enorme mansão Paraíso. Saímos do interior para New Hampshire, onde ela iria trabalhar como governanta, na Mansão da família Boyler.

Meu pai faleceu há seis meses atrás nos deixando dívidas que precisaram ser sanadas com a a venda da empresa e de nossa bela casa. Em resumo, estávamos falidas e sem teto, o que obrigou minha mãe, Cecília Waltz se tornar uma governanta e cá estamos.

Um segurança alto e com uma feição hostil veio nos receber e nos encaminhou direto para a entrada principal. Eu sou Emma Waltz, dezesseis anos, tentando me acostumar ao caos em que minha confortável vida se tornou, após perdermos tudo o que tínhamos.

O interior da mansão é belíssimo, a decoração sóbria e móveis de madeira maciça transformam o lugar num verdadeiro ambiente de luxo e oponência. Minha família tinha posses, morávamos em uma bela casa, mas este lugar cheira a luxo e riqueza.

Uma elegante senhora, aparentando quase a mesma idade de minha mãe, veio ao nosso encontro, apertou as mãos de ambas e apresentou-se como Catherine Davoux Boyler.

Começou e relatar o que esperava dos serviços de minha mãe como governanta, relatou que ela e seu marido viajavam muito e que precisaria de alguém de extrema confiança nos cuidados da mansão e os demais funcionários ,após isso, mostrou-nos quase toda a extensão da mansão, que era enorme e o orgulho de Benjamin Boyler, proprietário de um conglomerado de empresas da construção civil e também sua plantação de chás cultivadas nas imensas terras de Paraíso.

Depois de detalhar minuciosamente todas as tarefas que minha mãe deverá exercer na mansão, a senhora nos comunicou que precisaria sair e entregou-nos uma chave ,orientando-nos para nossa moradia, uma casa simples pouco afastada da mansão, depois despediu-se ,dizendo que iria a um leilão de caridade e que mamãe poderia iniciar suas atividades no dia seguinte.

Caminhamos exaustas e molhadas até a pequena casa, entramos e nos deparamos com um ambiente acolhedor de moveis simples, a casa estava limpa, haviam toalhas e roupas de camas novas, uma cozinha espaçosa e quartos no segundo andar. Um chalé aconchegante em meio a um grande jardim arborizado. Mamãe estava exausta, assim preparamos um lanche com o que havia na geladeira e nos recolhemos para dormir.

Rolei de um lado a outro, estranhando um pouco o ambiente, afinal saímos da pequena cidade de Madison para New Hampshire e apesar de estarmos afastados do grande centro, tudo exala a novidade, estou ansiosa para conhecer meus novos amigos da Escola Secundária e quem sabe ter amizades duradouras.

Pela manhã, minha mãe já estava a postos muito cedo, mas antes de partir para a mansão, fez inúmeras recomendações a respeito da limpeza e ordem da casa e também de estar pronta após o término do almoço da mansão, já que precisaríamos fazer mina inscrição na Escola Secundária.

Confirmei com um menear de cabeça e assim ela saiu apressada para seu primeiro dia de governanta.

Enquanto limpava tudo, divaguei a respeito de como a sorte estava a nosso lado. Estávamos literalmente na miséria, meu pai investiu todo nosso dinheiro em um projeto fracassado, contraiu dívidas enormes com bancos e empenhou a Empresa de Construção e nossa casa como colaterais. Devido ao estresse, acabou por ter um ataque fulminante do coração e não resistiu. E com sua morte, a decepção de saber que ele tinha uma amante por anos, o que trouxe muito sofrimento para minha mãe. Apesar de todo este drama, minha mãe, que já foi uma dama da sociedade de Madison, conseguiu um emprego como governanta, terá um rendimento razoável, uma casa para morarmos e garantir que eu possa terminar meus estudos, fazer uma boa Universidade e dar um futuro tranquilo para ela.

Enquanto espanava o pó, notei a movimentação distante de varias pessoas num campo com muitas plantações e acabei por deduzir que seriam as tais plantações de chá que a senhora citou.

Acabei toda a faxina e me encaminhei para o banho, já está quase na hora de irmos á escola Secundária de New Hampshire e pretendo fazer boa figura, escolhi uma saia plissada com camisete branca um colete xadrez de lã e um sobretudo bege. Nos pés uma meia sete oitavos branca e sapatos de couro estilo boneca. Uma boina completa meu visual. Olho-me satisfeita no espelho, admirando meus longos cabelos castanhos cacheados, meus lábios vermelhos e carnudos e um par de olhos verdes. Não sou de jogar fora, rio intimamente, afinal ainda é muito cedo para pensar em sedução.

Minha mãe chega apressada no chalé, mal dá tempo de almoçar o pequeno embrulho que ela me trouxe da mansão, uma refeição requintada e cheirosa. Partimos apressadas e logo ao sair, um motorista já nos aguardava. -Cortesia da senhora, minha mãe explicou, apertando os olhos em sinal para que não perguntasse mais nada. Em quarenta minutos de jornada, o Bentley preto estacionou diante da NH Colige and. Unniversity.

Depois de efetuarmos minha inscrição, partimos novamente para Paraiso, minha mãe só termina seu expediente às vinte e duas horas, então terei de me virar com meu jantar e preparar-me para os retornos às aulas no dia seguinte.

Sem muita opção do que fazer, depois de ter preparado tudo, resolvi dar um passeio pelos arredores da mansão.

Caminhei devagar até muito próximo das plantações e fiquei observando a movimentação frenética dos trabalhadores do campo de chá.

O odor era inebriante, haviam misturas distintas do Mate até o Jasmim e um odor mais amadeirado de chá Preto.

Distraída, não pressenti a aproximação rápida de um cavalo e virei-me abruptamente, enrolando desajeitadamente minhas pernas e causando uma grande queda, no exato momento em que o cavaleiro e seu cavalo chegam a galopes rápidos.

-Oh, céus, serei pisoteada, pensei com agonia, mas para meu espanto, o rapaz segurou as rédeas, fazendo com que o cavalo empinasse no ar, enquanto gritou furiosamente:

_Saia daí agora!

Quando me levantei, senti uma forte dor no tornozelo, mas apressei-me rapidamente, com medo do tom de voz imperioso do cavaleiro.

Arrastei-me como pude em direção ao chalé, sem ao menos olhar na direção do cavaleiro e tratei de colocar compressas quentes no local da dor.

_Que azar, pensei em desânimo. Não poderei começar minhas aulas amanhã. Com certeza mamãe ficará furiosa pelo meu atrevimento.

Ao longe, um olhar enigmático em direção ao chalé levou Solomon Boyler a indagar mentalmente que diabos uma jovem fazia ali no campo de chá de seus pais, onde só haviam homens rudes trabalhando?

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