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...Decidi me vingar, mas me apaixonei pelo meu inimigo de novo?!
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Nuvens carregadas pairavam sobre Blanchard Garden.

No escritório, a chama de uma vela tremeluzia lentamente, de forma quase agourenta e sinistra.

Aidan olhou vagamente para a imagem que estava sendo projetada na parede — era a foto de um homem e de uma mulher tendo relações sexuais, com os corpos entrelaçados.

Apesar de o rosto do homem estar borrado, o da mulher estava claro. Aidan o reconhecia, sabia exatamente quem era — até bem demais.

Tratava-se de sua esposa, Eliana Harvey, a mulher mais linda e deslumbrante de toda a cidade de Mallstrick.

No dia em que ele quase perdeu a vida em um incêndio terrível, aquela mulher, que sempre lhe dizia não haver mais ninguém para ela neste mundo, estava, o apunhalando pelas costas e o traindo com outro homem...

Bem naquele momento, bateram na porta, e a pessoa do lado de fora informou com uma voz séria: "Jovem mestre, o doutor ligou e disse que a Srta. Harvey está tendo um parto prematuro."

Um brilho repentino percorreu o olhar atento do homem, que franzia as sobrancelhas. Ele então se levantou e saiu do escritório depressa.

...

Enquanto isso, num quarto de hospital, uma mulher gritava devido à dor do parto.

"L-Liga para o Aidan. Eu quero vê-lo! Ligue agora!"

Infelizmente, em vez de atender ao pedido, Laura Collins, a mulher num longo vestido branco ao lado da cama, zombou dela.

"Eliana, prima querida. Como você ainda tem coragem de pedir o Aidan para aqui? Por acaso você não sabe o ódio e o ressentimento que o Aidan sente por você depois que você aleijou a sua mãe, assassinou a minha irmã e me deixou estéril? Não quero te lembrar, mas é fato que eu sou a única pessoa que ele ama agora. Até ontem à noite mesmo, a gente..."

Antes que conseguisse terminar a frase, Eliana, que estava deitada na cama, reuniu todas as suas forças para se sentar e agarrá-la pelo colarinho.

Embora estivesse branca como um fantasma, Eliana estava tão hipnotizante e cativante quanto costumava ser. "V... Você não tem um pingo de vergonha!"

Laura rangeu os dentes em desaprovação e retrucou: "Nunca vou me rebaixar ao seu nível, não importa o quão sem-vergonha eu tente ser! Não sou eu quem dormiu com outro homem pelas costas dele quando ele estava em apuro."

Eliana cerrou os dentes e disse baixinho: "Eu nunca fiz nada disso!"

"É, claro que não", retrucou Laura, sarcástica, e então se aproximou para sussurrar no ouvido de Eliana: "Quer dizer, eu acredito em você. Mas, infelizmente, o Aidan não. Sou a única pessoa em quem ele confia agora."

As palavras duras e cruéis de Laura atingiram em cheio o coração de Eliana. Era verdade... ela fez sentido. Aidan não acredita nela, não mais. Ele nunca... nem uma vez ele acreditou nela!

Enfurecida e provocada pelos golpes de Laura, Eliana, apesar de fraca, tentou agarrá-la e jogá-la no chão, sem obter sucesso. De repente, nesse momento, quando ouviu passos se aproximando, Laura se jogou de propósito.

A porta do quarto logo foi aberta e revelou uma figura alta e forte, que correu até a mulher para ajudá-la a se levantar, erguendo, os olhos penetrantes para Eliana.

Apesar de sentir sem emoção sobre essa mulher, Aidan não pôde deixar de sentir um aperto no peito quando percebeu o quanto Eliana estava fraca: O rosto dela estava branco como um fantasma; e os cabelos, grudados na testa e nas têmporas, completamente emaranhados e úmidos.

No entanto, Laura foi correndo para o lado dele e implorou com pena: "Aidan, por favor, não culpe a Eliana, ela não quis me empurrar! Ela só deve ter feito isso porque está sentindo muita dor. Está tudo bem, tô bem, não me machuquei. Aceito qualquer coisa se a criança pode ter um parto seguro e tranquilo."

O rosto bonito e encantador de Aidan ficou sombrio, e ele se virou para Eliana na mesma hora com uma expressão de raiva, gritando: "Você não tem jeito! É tão desprezível que não consegue parar de machucar os outros nem quando está na cama dando à luz, hein?"

Eliana ficou de coração partido com aquelas palavras duras e acusatórias; nunca tinha se sentido tão impotente e agoniada.

Aquele era o mesmo homem com quem ela tinha jurado que se casaria desde jovem.

"Aidan, eu quero me divorciar de você. E nosso filho..."

Assim que ouviu as palavras 'divorciar', Aidan nem deixou Eliana terminar sua palavra, avançou nela e a agarrou pelo pescoço. Ele rosnou: "Não acredito que você tem coragem de pedir isso! Você acha que eu quero ficar com você? Vou te avisar: É melhor você sair da minha vida depois de dar à luz a criança e entregá-la a Laura. Não quero te ver nunca mais!"

Então, arrancou a mão do pescoço da mulher e se virou para sair do quarto.

Laura lançou um olhar fulminante para Eliana e seguiu o homem.

...

Descrever a dor do parto como simplesmente 'violenta' seria um eufemismo.

Eliana nunca tinha imaginado que fosse ser tão insuportável e agonizante; parecia que estava sufocando e afundando nas profundezas do inferno, totalmente indefesa e incapaz de se libertar de sua destreza terrível e impiedosa.

Ela mordeu o lábio e se conteve — disse a si mesma que seria forte, que não soltaria um único grito, não importava o quanto a dor aumentasse, mesmo que sentisse como se suas entranhas estivessem sendo dilaceradas.

'Preciso aguentar firme, vou passar por isso. Não posso deixá-los ver como sou fraca e patética e dar brecha para virar piada.'

...

Finalmente, a criança nasceu. Sem aguentar mais, Eliana desmaiou de exaustão.

Já estava escuro lá fora quando ela acordou.

Grogue e atordoada, Eliana ouviu murmúrios vindos do lado de fora do quarto do hospital.

"...Ouvi falar que ele trouxe quatro cachorros."

"Não acredito que ele deu uma criança pequena para os cachorros... Fico tremendo de medo só de pensar."

Eliana de repente sentiu que havia algo de errado e, apesar da exaustão, resmungou: "D-Do que vocês estão falando?"

Uma das enfermeiras levou um pequeno susto ao ouvir a voz de Eliana.

"De quem vocês estão falando? A criança de quem foi dada para os cachorros?" Eliana perguntou exigente: "Aqui é um hospital psiquiátrico! De onde essa criança pode ter saído?"

Desde o dia em que descobriu a gravidez, Aidan mandou Eliana para ser internada num hospital psiquiátrico.

Sabendo que havia algo muito errado, Eliana sentiu um calafrio percorrer sua espinha e começou a ficar toda arrepiada. 'Tenho um pressentimento muito, muito ruim... não, por favor, não me diga... não, não pode ser...'

Apesar de seu estado debilitado, ela tirou as cobertas de cima de si e se levantou. Saiu do quarto o mais rápido que pôde, segurando na parede para se apoiar.

Ao chegar à porta dos fundos do hospital, Eliana viu Laura e vários empregados reunidos.

Ela podia ouvir alguns cachorros latindo alto no pátio.

"Laura, o que foi que você fez?! Cadê meu filho?!"

Laura se virou para olhar Eliana quando ouviu sua voz; um sorriso perverso e ameaçador surgiu em seus lábios quando viu a prima.

"Hã, prima querida, que destino terrível você tem! Não sabia que seu bebê nasceu morto? O Aidan ficou uma fera, disse que um bebê natimorto dava azar e mandou o darem para os cachorros."

Os olhos de Eliana se arregalaram de horror com a revelação. Ela foi correndo até os cachorros na mesma hora, apenas para ver sangue escorrendo pelo focinho de dois deles.

Ela sentiu como se todo o seu mundo tivesse acabado de desmoronar, gritou e chorou de desespero, sem acreditar no que via: "Não, não pode ser! Não... NÃOOOOOOO!!!"

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