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Fernanda tem 19 anos, foi criada com muito amor e dedicação por sua mãe Ana, nunca conheceu seu pai pois quando ele soube da gravidez, sumiu no mundo. Ana era uma mulher muito honesta e esforçada, foi mãe solo mas batalhou muito para criar Fernanda. Ela trabalhava como doméstica há muitos anos na casa de uma família muita boa e em certo momento descobriu que estava com um tipo de câncer bem severo que lhe tirou a vida em poucos meses, seus patrões ajudaram dentro do que era possível, no momento de sua doença, mas nada além pôde ser feito e Ana faleceu.

Fernanda é uma morena linda, cabelos longos e lisos, corpo atraente, teve apenas um namorado, sempre foi uma boa filha, uma pessoa calma, tranquila e batalhadora. Após a morte de sua mãe, estando sozinha no mundo, Fernanda resolve aceitar a proposta de sua amiga de infância Daniela que atualmente mora no Rio de Janeiro e havia lhe convidado para morar lá com ela. Os agora então, antigos patrões de sua mãe a ajudaram, lhe dando a passagem de ida para o novo destino.

Daniela é filha de pais separados e aos 15 anos resolveu ir morar no Rio de Janeiro com seu pai. Um tempo depois, o pai se casou novamente e quando ela completou 18 anos, resolveu morar sozinha e mudou-se para o complexo da Penha onde vive há 03 anos.

Fernanda narrando:

_ VOCÊ VEIO MESMO MEU AMOR, QUE SAUDADE! _ Dani gritava vindo em minha direção assim que vou descendo do ônibus

_ Saudades de você também sua doida que eu amo! _ Nos abraçamos.

Ela perguntou como eu estava em relação a minha mãe, mais uma vez me deu os pêsames, já havia feito isso por telefone quando aconteceu, mas agora o fazia pessoalmente.

Logo pegamos um táxi e fomos em direção a casa da Dani no Complexo da Penha, onde seria meu mais novo endereço. Confesso que a ideia ainda me assusta um pouco, pois ouve-se falar tantas coisas sobre esses locais.

Dani falava toda eufórica, fazendo planos e me contando várias coisas, de um jeito todo dela que eu adoro e em um certo ponto o taxista parou e eu achei estranho, a Dani pagou a corrida, eu quis ajudar mas ela não aceitou. Quando descemos, antes mesmo que eu perguntasse, ela já me explicou que os taxistas não sobem o morro, levam os passageiros até certo ponto e depois é preciso subir a pé.

Na entrada do complexo haviam vários homens fortemente armados, fumando e com um tipo de rádio na mão.

_ Aí loirinha tranquilidade? Quem é a princesa aí cheia das malas? _ Um dos homens pergunta á Dani.

_ VT essa é minha amiga, a mais nova moradora do morro, vai morar na minha humilde residência.

_ Satisfação morena! Aguarda aí com a loirinha.

Já me bateu um medo nessa hora, Dani faz um sinal para que eu fique tranquila, enquanto o homem fala com alguém no rádio sem que eu pudesse entender o que ele dizia e pouco depois liberou nossa entrada, a minha entrada na verdade, já que eu era nova ali. Vejo que ele pisca o olho para a Dani e ela dá um sorrisinho, me pareceu certa intimidade ali.

Poucos passos andamos e perguntei a ela quem era o cara com que falou com ela na entrada.

_ O VT é um dos soldados que faz a contenção na entrada do morro, ninguém que não é daqui passa pela entrada sem autorização do Carioca.

_ Quem é Carioca? _ pergunto.

_ O dono do morro. _ ela responde.

Provavelmente está estampada na minha cara a preocupação e ela já foi tentando me tranquilizar.

_ Amiga relaxa, é só andar na disciplina aqui que tá tudo certo, você vai gostar daqui, não é tudo isso que falam por aí não. _ ela diz tranquilamente.

Fomos em direção a casa dela e pelo caminho fui observando tudo, é muita informação junta, bares, mercadinhos, lojinhas, restaurante, barbearia, tudo muito próximo. Crianças brincando, música sertaneja, funk, pagode, tudo tocando em vários lugares ao mesmo tempo enquanto o fluxo de pessoas e motos é grande.

Em toda parte tinha homens armados, muitos fumando um baseado, pelo jeito isso é bastante normal por aqui. Tentei disfarçar minha cara de espanto com tudo que vi até agora, espero ter conseguido.

Lucas- Vulgo LC, 22 anos, alto, magro, cabelinho na régua e sorriso angelical com um aparelho reluzente nos dentes. Se não fosse o fuzil que carrega nas costas, podia- se perfeitamente confundi-lo com playboyzinho da Zona Sul, mas ele não brinca em serviço, está no crime desde os 14 anos e é o chefe de segurança do morro.

Eduardo- Vulgo Japah devido aos olhos levemente puxadinhos semelhantes ao do irmão Carioca, 24 anos, alto, muitas tatuagens, sempre usando boné aba reta, é o sub dono do morro, mata e morre pelo irmão se for preciso, é seu braço direito em tudo.

Felipe- Vulgo Carioca, 27 anos, é o dono do morro. Alto, forte, olhos puxados, tatuagens no braço direito, nas costas e no lado esquerdo do pescoço, ele assumiu o comando quando seu pai morreu cinco anos atrás numa troca de tiros com a polícia em uma tentativa de pacificação do morro. É um cara frio, impiedoso, cobra quem tem que cobrar, tortura e mata se achar necessário. Tem como amante fixa a Jéssica, mas não a assume como fiel, pega muita mulher, sex* é coisa que não falta pra ele, a variedade é grande pois elas se jogam para ele.

Carioca tem uma parceria incrível com o irmão, única pessoa da família que ele tem por perto já que sua mãe Ângela foi morar fora do País, após a morte do marido.

O rádio de Carioca toca:

_ Aí chefe, moradora nova na área!_ _Quem?_ Carioca responde rapidamente.

_ Amiga da loirinha da casa rosa da rua 15._ Libera, mas já passa pro LC que quero ficha completa e que ele me dê o desenrolo_ .

Fernanda narrando

Chegamos na casa da Dani e ela foi mostrando tudo, inclusive onde seria meu quarto, eu amei tudo, a casinha dela é simples mas muito organizada e aconchegante. Ela foi preparar um lanche enquanto eu tomava um banho para relaxar, a viajem tinha sido longa e cansativa. Enquanto comemos fomos conversando sobre minha mãe, sobre como tudo seria daqui pra frente. Ela me contou que trabalha no caixa do ponto de açaí daqui, segundo ela o melhor açaí do mundo.

Os dias foram passando, primeira semana, segunda... E na terceira semana eu já havia conseguido emprego em uma loja de roupas e calçados fora do morro. A Dani ficou muito feliz e disse que foi muita sorte, pois segundo ela, muitos trabalhadores não conseguem emprego fora da comunidade devido a um certo preconceito com morador de morro, um absurdo afinal a maioria aqui é gente honesta e de bem.

Aos poucos eu estava me adaptando a minha nova rotina, até amigos já fiz, Andrey e Rebeca amigos da Dani que trabalham com ela, eles são muito gente boa, estou começando a me adaptar.

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