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Caio Ferraz:

Mais uma vez eu me encontrava em meu escritório resolvendo problemas, lendo arquivos e assinando vários papéis como faço todos os dias.

Me tornar CEO sempre foi o meu sonho desde de pequeno e quando isso aconteceu eu me dediquei o máximo para ser o melhor para a empresa e posso dizer com muito orgulho que eu consegui.

Eu me tornei CEO aos 21 anos, eu ainda não tinha terminado a faculdade, mas segundo o meu pai eu já estava pronto para assumir a nossa empresa e de certa forma meu pai estava certo.

Desde criança eu já era interessado aos negócios da família, eu adorava a vir na empresa com meu pai, então eu aprendi tudo muito cedo, só fiz a faculdade para aprimorar mais o meu conhecimento, mas eu já sabia de muitas coisas e já poderia comandar a empresa mesmo sem fazer a faculdade.

Meu pai sempre disse que eu nasci para liderar a empresa, então quando ele viu que eu já sabia o bastante, ele não pensou duas vezes antes de entregar a empresa para mim liderar, porque assim ele também saia ganhando.

Diferente de mim meu pai nunca quis ser CEO, ele foi obrigado pelo meu avô, então passar a empresa pra mim, foi a coisa mais fácil que ele fez, pois dessa forma ele poderia curtir a vida sabendo que a empresa estava em boas mãos e foi isso que ele fez.

Meus pais vivem viajando, é raro eu ver eles em casa, a maioria das vezes estão em outro país, mas também quando estão em casa vivem aqui na empresa, "porque eles gostam de estar perto de mim e sentem saudades".

Meus pais são muito melosos, mas eu amo eles, pois foram os melhores pais que eu poderia ter. Mesmo não parando em casa eles dão o máximo que podem pra mim.

Já eu quase não tenho tempo, quer dizer, eu não consigo achar tempo, pois me dedico a empresa dia e noite, não tiro férias e não saio quase, mas por opção minha mesma e isso é um motivo que fazem meus pais se preocuparem comigo, pois segundo eles não é saudável e eu tenho que tirar um tempo para se divertir.

Mas o meu divertimento é trabalhar, sou feliz fazendo isso, mas pelo visto meus pais não concordam com isso, pois sempre vem encher meu saco por causa disso.

E hoje eu percebi que não seria diferente, pois minha porta foi aberta sem aviso algum e meu pai passa por ela bem pleno, como se a sala fosse dele, mas não é mais.

Ele desfila lindamente e senta na cadeira em frente a minha mesa bem pleno e eu o encaro tentando entender o que ele está pensando.

-Algum problema pai? - Questiono já que ele não falou nada desde que entrou dentro da sala e ele me olha calmo.

-Não - Responde ainda calmo e eu espero ele começar a falar - Só vim te lembrar que você tem uma reunião daqui a pouco - Informa e eu concordo, pois não havia esquecido da reunião.

-Eu me lembro pai - Respondo calmo o olhando - Vou ir daqui a pouco - Informo voltando a olhar para minha mesa - Mas antes eu vou terminar de assinar esses papéis - Falo mostrando os mesmos que estavam em cima da minha mesa e vejo o momento que meu pai nega com a cabeça.

-Você precisa descansar filho - Fala em tom preocupado e eu reviro os olhos, pois não estou cansado, trabalhar me faz bem - Você vive dentro dessa sala - Reclama e eu confesso que é verdade, eu vivo dentro da empresa, só falta dormir nela, pois de resto eu faço tudo aqui dentro.

-Eu estou bem pai - É o que eu falo para tentar o tranquilizar, mas sabia que meu pai não ia parar de falar, mesmo isso sendo verdade.

-Você exagera Caio - Me repreende e eu reviro os olhos - Você sempre é o primeiro a chegar e o último a sair - Fala indignado e mais uma vez eu tinha que concordar que ele estava certo, mas como eu disse: Eu gosto de ficar aqui.

Eu entendo a preocupação de meu pai e sei que ele quer o melhor pra mim, só que eu gosto do que eu faço e ficar o dia na empresa não é nenhum sacrifício, pelo contrário eu até prefiro, me faz bem.

-Pai eu estou bem, não precisa se preocupar - Repito para ver se ele se convence, mesmo sabendo que isso não vai acontecer - Eu gosto - Concluo a frase e vejo meu pai respirar fundo, pois sempre acabávamos da mesma forma, eu não cedendo e ele bravo por não ter conseguido, o que gera discussão e nenhum de nós dois gostávamos disso.

-Eu sei que gosta filho - Meu pai responde - Mas você precisa descansar - Enfatiza de novo - Ficar horas e horas trabalhando não faz bem - Acrescenta e mais uma vez eu tenho que concordar com meu pai, mas eu não consigo simplesmente não trabalhar, ficar em casa parecia uma verdadeira prisão.

Eu fui morar sozinho as 23 anos, eu comprei uma mansão em um condomínio mais caro da cidade, a mansão era bem luxuosa e espaçosa sonho de qualquer pessoa, mas por incrível que parece eu não gosto de ficar nela, eu não sei o motivo mais quando eu estou lá eu fico ansioso e quero voltar logo para empresa. Talvez o motivo seja por ela ser enorme e eu ficar sozinho.

Eu não tenho medo de ficar sozinho, mas confesso que ficar solitário não é o meu foco, eu sinto falta de companhia, mas não achei a pessoa certa ainda.

-Certo pai - Falo me dando por vencido, não queria discutir de novo - Eu vou mais cedo para casa, satisfeito? - Pergunto soltando um longo suspiro e meu pai sorri feliz com a resposta.

-Ótimo filho - Diz ele sorrindo - Eu faço isso pro seu bem - Me lembra por ver que eu não pareço feliz pela decisão.

-Eu sei pai - Falo me levantando - Vou para reunião - Aviso já de pé - Até depois - Me despeço indo em direção a porta.

-Certo filho - Fala ainda sentado na cadeira - Vou estar aqui te esperando - Fala calmo e eu assinto com a cabeça, nem um pouco surpreso.

-Só não mexa em nada - Mando, eu odeio que toquem nas minhas coisas.

-Não vou - Garante o mesmo levantando suas mãos pra cima e eu olho pra ele mais uma vez e assim saio para reunião.

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