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As coisas mudaram antes mesmo que eu pudesse imaginar, eu era uma menina que sorria com os olhos a alegria e animação em pessoa, hoje olhando pra mim de frente ao espelho não vejo mais que uma menina triste e sem coração. Sim, meu coração foi tirado de mim no momento em que vi os corpos esquartejados dos meus irmãos dentro daquela caixa.

Éramos em 6 irmãos, Lui é o mais velho e atualmente capo de Ndrangheta e futuro Don, Fiorella, Sofia e em seguida os trigêmeos Enrico, Matteo e eu.

Meu nome pode parecer peculiar, mas seu significado faz parte de quem eu sou. Me chamo Zoya que significa autoridade ou até mesmo vida em algumas traduções, por isso sei que serei grande um dia.

Diferente de outras máfias daqui da Itália, sempre fomos treinados, até mesmo as mulheres, fomos treinados para ser os melhores soldados e sempre fomos até aquele dia.

Lembranças on

Eu estava em uma missão para descobrir quem foi o russo filha da puta que sequestrou e matou minha mãe, meus irmãos estavam em outra missão, mas eles ainda chegariam em casa primeiro do que eu.

Eu estava frustrada, com raiva por sempre chegar tão perto e nunca conseguir encontrá-lo queria por aquele ódio que tomava conta de mim para fora, mas nunca conseguia, mesmo que passasse horas lutando ou torturando alguém, parecia que na verdade, eu estava escondendo-me do mundo.

Ao entrar em casa meu papa fala que chegou uma caixa pra mim. Senti percorrer um frio por toda minha espinha, ao pegar o bilhete, eu sabia o que esse mundo era perigoso, mas nada do que aprendi me preparou para esse momento.

Bilhete:

VOCÊ ESTÁ ENTRANDO EM UMA ÁREA PERIGOSA, A PRÓXIMA SERÁ VOCÊ!

Ao abrir a caixa, pisquei várias vezes pensando que aquilo era um pesadelo, que ninguém seria tão cruel a esse ponto, mas para a minha infelicidade, o que meus olhos registraram era bem real.

Primeiro eu notei o sangue que banhava o interior da caixa, ela estava forrada com um plástico grosso, ou do contrário haveria sangue pingando por cada lado daquela mesa. Eu vejo uma mão, um pé e quando minha mente finalmente se dá conta do que tem ali eu choro e grito desesperada, eram eles, meus irmãos, dois dos meus irmãos, meus gêmeos Enrico e Matteo, mortos e em pedaços à minha frente.

Eu fui treinada para não demonstrar minhas emoções, mas meu chão desabou e tudo que eu via na minha frente era um borrão preto, eu estava passando por isso de novamente, só que agora era pior, meu coração sangrava e eu jurei vingá-los, mesmo que isso significaria a minha própria morte.

Lembranças off

Hoje em dia não moro mais na casa do meu pai, se é que posso chamá-lo assim, pois como um Don tão renomado e temido como ele, pôde não erguer sequer uma agulha para procurar quem matou os próprios filho? Dizia ele, não ter forças o suficiente para lutar contra o inimigo, deixei essa essa porra toda e saí de casa, não olhei para trás, mesmo os conselheiros não apoiando a minha decisão, pois de acordo com eles eu só poderia sair de casa casada. Mas eu queria viver segundo as minhas leis, mesmo que para isso eu tivesse que dar cabo da metade deles.

A sensatez daqueles homens falou mais alto e me impuseram algumas regras para que eu seguisse a minha vida.

Regras:

1- Andar sempre acompanhada de pelo menos um soldado, que no caso será Renzo.

2 - Minha casa deve sempre estar protegida rodeada por outros soldados.

3 - Sou proibida de frequentar alguns lugares, que eles achem perigoso ou inapropriado para a filha do Don, a não ser que eu esteja em missão.

Eu sou uma das melhores assassina de aluguel do país, pagando bem, mato até o próprio capeta.

Mas por ainda fazer parte da máfia Ndrangheta, sou obrigada a me casar pela famiglia, hoje em dia nem sei mas se posso chamá-los de 'famiglia' talvez a melhor saída dessa merda seja me casando mesmo, quem sabe assim eu tenha um pouco de paz e felicidade.

Recebo uma ligação de meu fratello, Lui, dizendo que preciso ir para sede pois o Don, nosso pai, quer falar comigo.

Resolvo tomar um banho para relaxar e tirar um pouco dessas lembranças que a cada dia mais me consomem, sinto que hoje está um dia bonito para se matar alguém, então coloco uma calça jeans preta com alguns rasgadinhos, um cropped branco não tão curto e minha jaqueta de couro, calço uma bota militar da Prada e alguns acessórios minimalistas, decido que hoje vou de moto preciso, sentir o vento batendo em meu rosto. Preciso sentir que estou viva.

Chego na sede e encontro Marco, conselheiro do meu irmão, Marco é alto, forte e bem bonito, é uma pena ser tão babaca, sempre solta cantadas idiotas, que estragam sua beleza.

— Onde está o Don?

— Na sala dele, as coisas vão mudar princesinha... — O Marco diz com um sorrisinho cínico. Tenho vontade de socar a cara dele pra ver se ele deixa de ser tão babaca.

Vou à sala do Don sentindo minha veias saltando, assim que chego perto, vejo um Russo saindo da sala do meu pai, ele me olha com frieza, sem sentimento algum.

Ele é alto, acho que mais de 1,80 com certeza, os olhos tão azuis que chego a me perder dentro deles, extremamente lindo e gostoso, mas só de ser Russo acaba com toda a magia, sei bem quem ele é, Nicolai Mikhailov, o Don da máfia Russa Solsnetskaya, conhecido por suas torturas que até mesmo o capeta tem medo e nojo, nosso principal e maior inimigo.

Mas o que ele estaria fazendo aqui? Essa pergunta rodou minha mente. Mas não abaixei a cabeça, o olhei com os mesmos olhos de frieza e arrogância, não abaixo a minha cabeça nem ao meu papa que dirá à um Russo.

Entro no escritório sem bater, lá estava ele sentado na sua cadeira com os olhos perdidos e as mãos na cabeça como se tivesse pensando em quais palavras me falar, parecia que ele não conseguiria formular nem mesmo uma única frase.

— O que você quer falar comigo? Não me lembro de ter algo importante para tratar com o senhor. — Eu digo ao entrar mantendo meu olhar inexpressivo sobre ele.

Ele me olha furioso, bufa como se fosse arrancar minha língua por tanta arrogância de minha parte e então solta as palavras que fizeram minha cabeça rodar.

— O seu casamento foi marcado, daqui a 4 meses se casará e daqui a 2 semanas será o noivado. Esse casamento será bom para nossa famiglia e para nossa máfia, se casará com Nicolai Mikhailov, o Don da máfia russa. — Ele diz autoritário, fazendo meu sangue gelar.

— Você só pode ter ficado muito louco, bateu a cabeça ou já está ficando gagá? — Grito a provocação pra ele. Ele se levanta da cadeira batendo as mãos na mesa e fala em alto e bom som:

— Olha como você fala com o seu pai! O seu Don, devia ter colocado limites em você mais cedo, mas você sabia e sempre soube o seu destino e nada do que você fizer, fará esse casamento ser cancelado.

Eu suspiro sinto-me rendida, pois realmente sempre soube o meu destino.

— Realmente sempre soube o meu destino, mas com tantos homens solteiros de tantos lugares diferentes no mundo, escolheu logo um Russo? Um maldito Russo! — Eu nego com a cabeça ainda incrédula de tudo isso. — Qual o seu problema para me casar com a droga de um russo? Você realmente deve estar ficando velho demais para ser o Don, deve ter se esquecido que foram os russos que mataram minha mãe, que mataram seus filhos.

Naquele momento senti meu rosto queimar com o tapa que ele me deu, meu rosto virou e as cenas daquela caixa ensanguentada rodaram minha mente, senti meu corpo tomado pela fúria uma fúria grande e latente na mesma intensidade do tapa que ele me deu, eu o devolvo a agressão sem pensar nas consequências e nesse momento meu fratello entra na sala com Marco. Sem falar nada, eles nos olham espantado por eu ter batido no Don.

Olho no fundo dos olhos do meu papa com todo ódio que possuo em mim.

— Você até pode ser meu pai e o Don como você mesmo diz, mas não se esqueça que foi você mesmo que me ensinou, olho por olho e dente por dente... Então não venha crescer para o meu lado, que farei você pagar na mesma moeda. Posso até me casar com ele, mas farei um inferno desse desgracado.

— Nesse caso você já estará casada e o problema será dele! — Ele desdenha sorrindo de lado.

Saio de lá sem olhar para trás, bufando querendo matar a primeira pessoa que passar na minha frente, preciso beber e por algumas horas, até eu conseguir esquecer esse lixo de vida que tenho e esquecer quem eu sou.

Resolvo ligar para Mia, minha melhor amiga ou melhor dizendo a única que eu tenho. Mia é italiana real, alta, loira dos olhos verdes, ela é realmente perfeita. E olhando ela, às vezes, me sinto estranha, um verdadeiro peixinho fora d’água, sou totalmente ao contrário. Não que eu seja feia, tenho 1,57 mas não se engane com minha altura, consigo derrubar muito marmanjo, bem encorpada, sou magra, meus olhos são diferentes, eu possuo Heterocromia, que faz com que cada olho tenha uma cor completamente diferente da cor do outro, sou morena, uma bunda redondinha e seios não tão fartos redondinhos, amo eles do jeito que são. Acho que a parte do meu corpo que eu mais gosto.

Agora vou me arrumar, pois essa noite vou fazer se tudo para esquecer meus problemas...

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