Home/ A Vingança da Luna Intimidada Ongoing
Sou a companheira dos príncipes quadrigêmeos Alfa. Eles brigavam todos os dias para decidir quem dormia comigo.
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PONTO DE VISTA DE ELAINE.

Dei um pequeno sorriso triste enquanto eu me encarava no espelho. Lágrimas lutavam desesperadamente nos meus olhos, ameaçando cair a qualquer momento. Puxei as mangas da minha camisa de colarinho branco por cima dos meus braços, deixando de fora os meus dedos, para cobrir todas as feridas e marcas que meu querido pai havia me infligido. A cada minuto, a cada segundo, a cada hora, dia após dia, uma nova cicatriz aparecia em meu corpo. Aproximei-me do espelho e toquei a atadura que cobria a ferida acima da minha sobrancelha. Removi-a e vi que ela já estava ensopada. Franzi os lábios antes de buscar outra atadura na mesa e pressioná-la sobre a ferida novamente.

Senti um forte aperto no peito, o que fez as lágrimas finalmente escorrerem por minhas bochechas. Meu pai. Meu próprio pai era o meu maior tormento. Ontem foi o último dia da nossa viagem, e, como não havia mais nenhum lugar em meu corpo para infligir novas feridas, ele, furioso, quebrou um vaso de vidro no meu rosto. Ele era alguém que gostava de ver o seu trabalho, e ver um machucado na minha cara lhe trazia um grande prazer.

"Sua burra! É tarde demais para você ir à escola! Você está querendo se machucar mais hoje cedo?" A voz irritada e alta do meu pai soou.

Meu coração acelerou freneticamente, e eu me afastei da janela e fui em direção ao meu quarto bagunçado. Peguei minhas meias pretas e as vesti na minha pele magra e machucada. Ninguém deveria ver, como ele sempre dizia. Ele tinha que garantir que sua máscara de alfa benevolente jamais caísse.

Eu tinha acabado de vestir minha saia, havia fechado o zíper e estava prestes a pegar minha mochila quando a porta se escancarou de repente. Um homem de meia-idade de 1,70 m, com veias saltadas no rosto e os olhos cheios de raiva, me assustaram o suficiente para me fazer soltar a mochila.

"Sua imbecil!" Ele gritou, correndo na minha direção, depois deu um tapa na minha bochecha antes mesmo que eu pudesse me desviar.

Meus longos cabelos castanhos, que eu havia soltado para cobrir as cicatrizes no meu pescoço, foram puxados para trás, e ele apertou com força minha garganta. Seus olhos negros encararam os meus, fervendo com tanta raiva que eu nem me surpreendia mais. O cheiro de álcool invadiu minhas narinas, torturando-me enquanto ele começava a falar.

"Você é amaldiçoada? Por que c*ralhos você continua estressando minha vida? Se eu pudesse simplesmente te matar, você já estaria morta agora, sua ingrata inútil!"

Engasguei com a falta de ar e meus olhos encheram-se de lágrimas por causa da dor no cabelo e no pescoço. Ele apontou o dedo para os meus olhos e continuou seu discurso diário de ódio: "Eu te alimento! Eu te visto! Eu faço tudo por você, e ainda assim você quer me pagar com sua atitude preguiçosa e estúpida! Você é igualzinha sua mãe..." Ele continuou, cuspindo no meu rosto.

O cuspe frio e nojento entrou direto no meu olho, e senti uma dor no coração; não por causa da cusparada, mas pela minha mãe. Ela era a mulher que eu queria odiar muito por me deixar com esse demônio, mas eu agradecia à Deusa da Lua por ela ter escapado e estar segura.

"Inútil, estúpida, preguiçosa, sem remorso e desrespeitosa exatamente como ela... A única coisa que vocês têm em comum e que as fazem boas é esse rosto bonito que eu quero destruir. Ela deve ter encontrado um p*u para bater na cara dela, para ter a chance de escapar com a ajuda desses filhos da p*ta!"

"Mas você não vai fugir, vai, querida?" Ele perguntou, apertando minha garganta com um pouco mais de força. Minhas mãozinhas puxavam as mãos dele no meu pescoço, em busca de um pouco de ar: “Pai...Pai... Você está... Me machucando...”

"Fale mais alto! Diga que nunca vai me deixar e me trair como aquela v*ca da sua mãe!" Ele começou a surtar, e senti o ar no meu peito se tornar mais escasso. Tive que me esforçar para abrir a boca e tentar dizer a palavra "sim".

Finalmente, antes que eu sufocasse, ele se satisfez e me soltou. Uma risada diabólica escapou de sua boca, e ele me jogou para o lado da sala. Enquanto eu arfava, meu pai deu tapinhas no meu rosto e riu: "Boa menina."

Ignorei a dor e consegui me levantar imediatamente enquanto ele passava a mão pelos seus cabelos. Ele voltou-se para mim, olhando-me de cima a baixo, e confirmou: "Hoje é o primeiro dia do reinício, certo?"

"Sim, pai."

"Conheça a filha do Beta da alcateia Gold Sand. Não me importo se ela te bater ou te intimidar; você não é útil de qualquer maneira. Preciso que o pai dela fique do meu lado, então você tem que ser amiga dela. Se você tiver que rastejar aos pés dela, faça-o. Do contrário, você vai apanhar mais. Estou sendo claro?"

Assenti, cerrando as mãos atrás das costas. Claro, era só para isso que eu servia. Seus olhos saltaram, e ele se aproximou rápido de mim e deu outro tapa quente no meu rosto. "Da próxima vez que eu te disser algo, você responde. Está entendendo?"

Minha voz estava completamente trêmula quando finalmente consegui dizer: "Sim, pai".

Ele assentiu para mim, virou as costas outra vez e marchou direto à porta. "Saia em 2 minutos."

Senti como se finalmente pudesse respirar de novo quando me certifiquei de que meu pai tinha entrado no carro após deixar meu quarto. Minhas lágrimas caíam descontroladamente. A sombra em que meu pai havia me deixado me fazia tremer involuntariamente.

Por quê? Por que eu tinha que passar por tudo isso?

Meu pai era um verdadeiro demônio, um que iria direto para o inferno. Ele não se tornou assim de uma hora para outra. Ele sempre foi assim. Eu nunca fui a filha que ele queria e minha mãe pagou caro por isso. Ele queria um menino, e ela lhe deu uma menina. Desde a minha infância, nós duas pagamos por isso. Começou devagar, com ele violando-a, batendo nela, fazendo tudo para lhe causar dor.

E tudo piorou quando ele descobriu que ela tomava anticoncepcionais. A surra foi tão feia que ele quase a matou, mas um dia ela arrumou as malas, fugiu e me deixou com esse estúpido destino.

Meu inferno se intensificou, e as surras não eram nem o começo de meus pesadelos.

Como eu não era o filho que ele esperava, meu pai dizia que o declínio da alcateia era por ele não ter um filho forte e bom.

Ele decidiu que uma mulher só tem valor pelo que está entre as pernas dela, então ele me fez sua prostituta e me ofereceu para todos os alfas poderosos da alcateia. Apesar da minha obediência a todas e quaisquer decisões suas, ele ainda não estava feliz comigo.

Meu pai tinha que certificar-se de que as feridas em mim nunca cicatrizassem, e, sempre que passava vergonha na frente dos outros alfas, ele descontava em mim.

As lágrimas que eu estava tentando conter escorriam pelo meu rosto, e meus lábios tremiam quando caí na cama. Por quê? O que fiz para merecer um pai tão ruim? Um pai que nem sequer lembra do aniversário da própria filha. Um pai que agride a filha no seu 18º aniversário.

Fechei os olhos, respirando fundo e recompondo-me como ensinei a mim mesma.

"Vai ficar tudo bem, Elaine. Essa é a última vez que ele vai te tocar. Hoje é o dia em que tudo muda. Você vai conseguir o seu lobo e vai ficar bem." Pensei comigo mesma.

Abri os olhos e peguei a minha mochila, colocando-a nas costas enquanto me levantava. Meus olhos pousaram no meu calendário, com o marcador vermelho na data de hoje, que me dava esperança.

"Feliz aniversário para mim."

Por uma nova mudança, uma nova esperança e para fugir do meu pai, esse demônio.

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