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Eu sou fraca e nada bonita, mas minha alma gêmea é o Alfa.
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PRÓLOGO

"Quê? A Cassy já achou a alma gêmea dela?", perguntei, chocada.

"Já. E adivinha só quem é...", respondeu minha melhor amiga, Lani.

"Não faço ideia. Anda logo, desembucha. Tô curiosa!", reclamei.

'Admito que tô com um pouco de ciúmes dela... Por enquanto, ainda não temos ninguém', confessei à minha loba interior, Slade.

'Não se preocupa, Angel. A Deusa da Lua sabe o que faz. Na hora certa, também encontraremos nossa alma gêmea', afirmou ela, tentando me tranquilizar.

"Tá bom, tá bom. É o Mathew. Os dois são melhores amigos desde quando eram crianças, mas a Deusa da Lua revelou só agora que eles foram feitos um para o outro. Talvez, nossas alma gêmeas também estejam por aí, mais perto do que pensamos...", disse Lani.

Fiquei feliz com o que ela falou, mas será que minha alma gêmea me aceitaria? Quando comparada às outras fêmeas, me sinto inferior - inclusive, já fui alvo de comentários cruéis, rotulada como uma loba gorda, feia e sem valor. Até meu irmão mais velho, Michael, parece acreditar nisso; e nosso Alfa mal olha na minha direção, me evitando como se eu fosse uma pária.

"Vamos pro refeitório", propus. Porém, assim que entramos, fui tomada por uma sensação inexplicável. Parei abruptamente, inebriada por um perfume viciante - uma mistura sedutora de baunilha, rosa e orquídea.

Ao fechar os olhos, senti o doce e viciante aroma me envolver em uma suave nuvem. Era tão bom...

'É ele! Nossa alma gêmea!', exclamou Slade.

Meus olhos se abriram de espanto ao me deparar com os dele. Por um segundo, havia alegria. Mas, como um raio, ela desapareceu, dando lugar à raiva e decepção. Não aguentando ver aquilo, desviei o olhar.

"Tá tudo bem, Angel? Parou por quê?", questionou Lani.

"Nada demais. Acabei de me lembrar de uma coisa, só isso." Virei o rosto para o outro lado e fingi estar procurando uma mesa vazia.

'Qualé, Angel! Temos que falar com ele', minha loba insistiu. Eu conseguia sentir a empolgação dela, e isso partia meu coração.

'Não posso, Slade. Você não percebeu que ele não gostou de mim?', rebati.

'Não! Não é verdade! Minha alma gêmea não pode fazer isso comigo! Talvez, você tenha entendido errado.' O poder dela pulsava dentro de mim, buscando ultrapassar os limites. Pela primeira vez, tive a sensação de que ela estava pronta para tomar o controle.

Aos meus dezoito anos, ainda não alcancei a transformação. Os outros lobos, desde os dezesseis, já desfrutam desse poder, mas eu ainda não. Slade sempre me disse que a hora certa viria, mas meus companheiros viviam zombando de mim, dizendo que não sou uma licantropa de verdade.

'Slade, para com isso! Sei que você também viu que ele não tá nem aí pra gente.' Ao olharmos novamente para ele, percebemos que estava paquerando Danna, a maior sem-vergonha da matilha. Ela não só era linda e envolvente, como também tinha um jeito de lutar que fazia os lobos machos babarem.

'Viu só?'

De repente, minha loba ficou em silêncio.

Chateada, observei minha amiga, que já estava comendo sua comida.

"Lani, eu já encontrei minha alma gêmea...", não suportando guardar isso para mim, decidi contar.

"Quê!? Sério? Quando isso aconteceu? E quem é o sortudo, hein?", ela foi perguntando, toda animada. "Pera aí... Que cara é essa? Você não tá feliz?"

"Não tô afim de falar sobre isso agora. Só queria que você soubesse", expliquei.

Eu não sabia como revelar a ela a reação que minha alma gêmea teve ao me ver, e nem podia dizer quem era.

Se os outros soubessem, sentiriam pena dele. Seria como um balde de água fria.

'Precisamos falar com ele. Quem quer que seja, não tem o direito de tratar a gente assim', minha loba resmungou. Eu sentia que, ao mesmo tempo, ela estava fervilhando de raiva e aflição.

'Temos mesmo que fazer isso? O homem é quem deve ter atitude', argumentei.

'Desde quando você pensa assim? Se ele é nossa alma gêmea, temos que falar com ele, mesmo que ele não queira', ela retrucou.

Uma das coisas que me impressionava em Slade era sua persistência. Ainda não tive a chance de vê-la, então sei que tipo de loba ela é. Porém, sei que, se alguém tentasse me ferir, ela estaria lá, disposta a compartilhar seu poder e me curar, devolvendo minhas forças.

'Tá bom...', por fim, acabei cedendo.

Instantes depois, o avistamos saindo do refeitório, como se fosse o sinal que precisávamos para nos aproximarmos e conversarmos.

'Vamos atrás dele!', disse Slade, e eu obedeci.

Ele apressou o passo e, ao chegar ao final do corredor, encontrou seu destino - os vestiários.

'Anda logo, Angel!'

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