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PRÓLOGO

— O quanto me ama, Maria Júlia? — Ele a abraçava daquele jeito tão carinhoso como de costume. Colocou o cabelo dela para trás a envolvendo em seus braços de forma aconchegante, porque sempre é tão maravilhoso estar com ela.

Maria Júlia sorriu de forma tão doce que chegou a confundir o rapaz se deveria mesmo, ter feito essa pergunta novamente. Embora a sua consciência esteja o acusando por ter aceitado aquele acordo de casamento feito pelos pais do casal, mesmo a amando de toda a sua alma.

O jovem precisava saber, ele tinha necessidade de ouvir novamente que não tomou uma decisão equivocada, que o fato de ter aceitado por ambos aquele acordo, sem mesmo a sua amada saber que havia, não o faria cair num precipício quando um tempo depois, ela soubesse que já estavam casados.

— Eu te amo com toda a minha alma, meu amor! Eu não tenho olhos para mais ninguém, se eu pudesse ficaria com você para sempre aqui nessa sorveteria, parece que o tempo não passa! — ele sorriu um pouco mais aliviado, a amava demais para correr o risco de perde-la por causa de um acordo entre máfias, mas se essa era uma regra, ele precisava cumprir, e por enquanto a moça não poderia saber a respeito daquilo.

A sorveteria já estava fechando, a noite se aproximava, então o beijo também foi mais intenso. O rapaz sentia o seu corpo quente, só de saber que naquele mesmo dia havia assinado aqueles papéis, e Maria Júlia já era dele.

Apertou mais forte a sua cintura, sentiu vontade de aprofundar mais, pois o seu sangue corria agitado pelo seu corpo, já era um homem... sentia desejos pela mulher que amava, estava pronto para tê-la por inteira, e também havia chegado o momento de consumar o casamento, a jovem não sabia, mas até o seu pai já havia permitido que o jovem a levasse para a casa dele.

Mas, do nada um cliente entrou no local e se sentou numa das mesinhas ainda postas, e ele demorou para perceber, e achou estranho a forma como o homem olhava para os dois, parecia com inveja do seu relacionamento.

— Já estamos fechando, senhor! — ele falou ainda abraçado na cintura da Maria Júlia.

— Eu só vim para conhecer! — o cliente olhou no corpo de Maria Júlia de cima embaixo tempo superior ao necessário.

Quando o rapaz iria reclamar, o cliente simplesmente se levantou olhando por baixo, e se retirou os encarando.

— É melhor a gente fechar, já está tarde, né? — Maria Júlia comentou tão sorridente, que apagou a insegurança do jovem, que voltou a agarrá-la e a girou no ar, fazendo com que os seus cabelos voassem espalhados com o movimento, e eles acabaram em beijos novamente.

Maria Júlia se sentia completa quando estava com ele, parecia que a sua vida tinha sentido, era como se tivesse sido feita para estar com o namorado que ela amava.

O problema foi que o destino de ambos já estava escrito, e ela não sabia que chegaria à um ponto que ela perderia todas as suas memórias, as boas e as ruins... e ficaria difícil de decidir em quem confiar...

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