Home/ Me Ama ou Ela Ongoing
Ouvindo a risada perversa da amante de meu marido, decidi me vingar.
About
Table of Contents
Comments (5)

Nunca esquecerei aquela véspera de Ano Novo.

Eu tinha passado o dia ocupado cozinhando e estava tão cansada que minha cintura e minhas costas doíam. 

Por isso, ia descansar um pouco, mas minha sogra de repente me pediu para fazer mais alguns pratos, que fossem menos apimentados e sem óleo.

Fiquei bastante confusa, afinal, eu conhecia muito bem o gosto da família, e todos gostavam de comida picante. Por que então ela havia me pedido para cozinhar pratos tão diferentes?

"Tem mais alguém vindo comemorar com a gente?"

Fiquei ressabiada, mas não me atrevi a perguntar mais nada, porque minha sogra não gostava de mim e eu não queria deixá-la nervosa na véspera de Ano Novo.

"Madame, o mestre disse que chegará mais tarde. Ele acabou de sair do aeroporto e está preso em um engarrafamento", o caseiro disse à minha sogra.

Logo fiquei inquieta.

O mestre mencionado pelo caseiro era meu marido, Edward, e eu me perguntava por que ele tinha ido ao aeroporto, já que sua empresa ficava no centro da cidade.

De qualquer forma, eu nunca sabia de seu paradeiro, pois raramente o via, mesmo que estivéssemos casados havia sete anos.

Eu só havia me casado com alguém da família Xis por causa do meu pai, que era motorista do avô de Edward, o vocô Xi, e havia se sacrificado para salvar a vida dele.

O único desejo do meu pai era que eu fosse feliz depois da partida dele, então o vocô Xi decidiu que eu seria esposa do neto dele.

Ou seja, esposa de Edward!

Foi por isso que me casei com ele depois do funeral.

Eu me senti a mulher mais feliz do mundo naquele dia, pois sempre fora apaixonada por Edward, desde a primeira vez em que o vira, ainda criança. Ele era o dono do meu coração.

Quinze anos haviam se passado num piscar de olhos, e eu o tinha amado durante todo esse tempo. Nós já éramos casados havia sete anos, mas eu sabia que nunca tinha entrado em seu coração.

De qualquer forma, eu não me importava com a indiferença dele, continuava sendo uma boa esposa, esperando que um dia ele pudesse me notar.

Por isso, quando soube que ele estava voltando, meu coração ficou tão cheio de alegria, que eu nem parecia muito cansada depois de ter passado o dia cozinhando.

"O mestre acabou de estacionar o carro, você já terminou os pratos?" O caseiro me perguntou com frieza, como se não estivesse falando com a anfitriã da casa.

Na melhor das hipóteses, eu não passava de uma empregada inferior para ele.

Não havia nenhum outro criado na grande mansão e, apesar de ser a senhora da casa, eu era encarregada de todas as tarefas domésticas.

Eu não reclamava, afinal, os Xis haviam permitido que eu me casasse com Edward. Para mim, isso já era mais do que o suficiente, e essas tarefas eram de responsabilidade de uma esposa.

Mas às vezes eu também sorria amargamente, pois se não fosse uma mansão, com certeza eu trabalharia menos.

Levei o último prato para a mesa e, não vendo Edward por lá, suspirei aliviada e tirei o avental. Daria tempo de tomar um banho, trocar de roupa e me maquiar.

Eu estava coberta de suor e não queria que ele me visse daquele jeito.

Mas quando eu estava quase entrando no meu quarto, ouvi minha sogra chamando as pessoas para comer, e parentes e amigos se aproximaram.

Os Xis eram uma família grande, então, mesmo estando presente somente uma pequena parte dela, os primos, tios e tias enchiam três mesas.

Naquele momento, fiquei feliz por aquela não ser a casa do meu avô, caso contrário, eu estaria muito ocupada com os convidados e não teria tempo de terminar os pratos.

Porém também fiquei deprimida, pois, ao ouvir minha sogra chamando todos para comer, percebi que Edward havia chegado e eu não teria tempo de me arrumar.

Quase chorei de ansiedade.

Então meus olhos percorreram a sala até avistarem uma figura alta na porta que minou a animação do ambiente com sua frieza.

A luz fora arrebatada por ele.

Ele vestia um terno preto feito à mão e exibia uma postura reta, com o cabelo preto e fino um pouco bagunçado, espalhado por sua testa. Seu olhos de fênix não mostravam nenhuma emoção, e os lábios estavam levemente pressionados como lâminas, frios e indiferentes.

Assim era Edward, o meu marido, o homem que eu amava muito.

Eu o vira pela última vez havia 34 dias, e ele não havia mudado nada, continuava arrogante e bonito, atraindo a atenção de todos.

Logo tive vontade de me esconder por medo de ser vista por ele, estava receosa.

Mas fiz o possível para me animar e me aproximar para pegar sua maleta, algo esperado de uma esposa.

No entanto, eu o vi se virando e olhando para a escuridão atrás dele, e uma mulher com um casaco de pele branco se revelou, pegando-o pela mão.

Foi quando vi um raro sorriso aparecendo no rosto do meu marido, uma expressão que eu nunca tinha visto antes.

Senti uma dor aguda no coração, como se uma faca afiada o tivesse perfurado e se dissolvido nas profundezas da minha alma.

O nome dela era Betty Fang, a mulher pela qual o meu marido era completamente apaixonado.

Ela era uma estrela da cidade P, e sobressaía por sua aparência, postura e educação. Era como a filha predileta de Deus, e eu não podia ser comparada a ela em nenhum quesito.

O par perfeito ardia nos meus olhos.

"Vá logo cumprimentar os convidados", minha sogra ordenou descontente ao beliscar meu braço.

Engasguei de dor, mas não ousei fazer qualquer barulho.

Caminhei em direção a Edward e Betty com pernas que já não pareciam ser minhas.

"Senhorita Fang, faz tempo que não nos vemos. Não esperava a sua visita", falei, enquanto segurava o tremor da voz.

Betty me mirou e tocou rapidamente a minha mão, como se tivesse percebido o óleo nela.

Seu lindo rosto era gentil e orgulhoso. "Sra. Xi, faz muito tempo que não a vejo. Você parece mais abatida."

Comprimi os lábios e não disse mais nada, fitei Edward e disse: "Querido, deixe-me pegar a sua maleta. A família já está te esperando há muito tempo. Vá lavar as mãos para jantar".

Meu marido me olhou com frieza, como se não me reconhecesse, e passou a maleta para a minha sogra.

Empalideci na mesma hora e me senti humilhada, lágrimas ameaçavam rolar pelo meu rosto.

Nesse momento, o canto da boca de Betty se levantou um pouco, e pude ver o orgulho em seus olhos. Ela sorriu agradecida, de braço dado com o meu marido, "Edward, estou com fome".

"Vamos jantar." Ele a tratou com todo o cuidado.

Para mim, Edward sempre fora imponente e poderoso, como um imperador, desde quando ele tratava uma mulher daquele jeito?

Eu me aproximei ao ver a família sentando à mesa, mas Betty sentou ao lado de Edward, no lugar que deveria ser meu.

You may also like

Download APP for Free Reading

novelcat google down novelcat ios down