Semana 28: Olhos do bebê parcialmente abertos

Vinte e oito semanas na sua gravidez, ou 26 semanas após a concepção, as pálpebras do seu bebê podem se abrir parcialmente, e os cílios se formaram. O sistema nervoso central consegue direcionar os movimentos rítmicos da respiração e controlar a temperatura do corpo.

A esta altura, o seu bebê pode ter quase 25 centímetros de comprimento da coroa à rabadilha e pesar quase 1 quilo.

***

"Madrina?"

Madrina apressadamente fechou a revista que estava lendo e quase a deixou cair no processo. Ela se levantou rapidamente. Não foi nem elegante nem bonito. Com sete meses de gestação, Madrina percebeu que as tarefas mais simples, como se levantar, poderiam ser quase insuperáveis.

Madrina sorriu para a assistente do Dr. Berkeley que estava pacientemente parada à porta.

"É bom tê-la de volta, Sra. Owen", disse a mulher de meia-idade rechonchuda enquanto guiava Madrina até a balança.

"Hm, eu não sou casada, Cristina", disse Madrina com um suspiro. Parecia que ela precisava lembrar a assistente médica do Dr. Berkeley disso a cada consulta.

"Oh, me desculpe, querida", ela respondeu. "Ganhou mais três libras este mês."

"Isso é ruim?" Madrina perguntou enquanto olhava para Cristina horrorizada.

Cristina riu respondendo, "Eu tenho algumas mulheres que ganham quase trinta quilos com suas gravidezes. Você ganhou nove quilos, o que é perfeitamente normal. Fizemos o exame de urina enquanto você estava esperando, e tudo voltou normal. Vamos para uma sala ouvir o batimento cardíaco?"

Madrina assentiu e seguiu os quadris largos de Cristina até a terceira sala de espera. De lá, Cristina fez com que ela subisse na maca e espremeu um pouco de gel na barriga de Madrina. Com o doppler fetal, Cristina rapidamente encontrou o batimento cardíaco do bebê e o registrou no gráfico.

"Você está sentindo algo incomum?" Cristina perguntou, a ponta da caneta descansando em seus lábios cheios.

Madrina franziu a testa antes de dizer, "Você sempre me pergunta isso. Mas parece que não importa o que eu lhe diga que está acontecendo, você me diz que é perfeitamente normal."

Cristina ergueu uma sobrancelha. “Dor, dores de cabeça, pesadelos, azia e cãibras ocasionais são todos típicos de uma gravidez normal, Madrina. Mas se você aparecer com listras roxas e bolinhas laranjas, prometo estar devidamente impressionada."

Madrina riu. “Eu não tive listras ou bolinhas, então suponho que devo ser grata. Não é nada assim.”

“O que é, querida? Estou atendendo mães há mais de vinte anos, e não acho que haja algo que você possa dizer que me surpreenderia.”

“Eu continuo tendo sonhos eróticos!” Madrina desabafou.

“Sobre mim?” Cristina respondeu mordazmente enquanto piscava para Madrina.

“Não! Bem, não posso te dizer sobre quem eram, porque isso muda de sonho para sonho. Mas tenho esses sonhos quentes com amantes, às vezes dois de uma vez. E, eu acordo em necessidade desesperada, mas meu vibrador já não é suficiente.”

Cristina assentiu sabiamente. “Isso é perfeitamente normal.”

Madrina gemeu com a palavra ‘normal’.

Dr. Berkeley bateu na porta e entrou. Ele era um homem bonito em seus quarenta anos, e Madrina se sentiu grata por ele ter conseguido encaixá-la em sua agenda. Ele era um excelente médico, mas isso não significava que Madrina queria falar sobre seus sonhos eróticos com ele.

“Você precisa transar,” Cristina aconselhou.

As bochechas de Madrina coraram e ela olhou para o chão.

Dr. Berkeley parou no meio de colocar a segunda luva de látex. “Estou perdendo algo?”

Madrina desejava que a terra se abrisse para que ela pudesse afundar em um buraco profundo.

Cristina respondeu, “A Sra. Owen está tendo sonhos sexuais selvagens. Eu disse a ela que ela precisa transar.”

Dr. Berkeley pigarreou e disse, “Embora não seja completamente ético do ponto de vista médico, eu teria que concordar com Cristina. Esses sonhos não prejudicarão você ou seu bebê. Mas você pode obter alguma satisfação de ter um orgasmo.

"Me mate agora", murmurou Madrina baixinho.

"Agora", respondeu o Dr. Berkeley com um sorriso que o fazia parecer mais jovem e extremamente mais bonito. "Não há nada de errado com bom sexo, Madrina. Já provou resolver diversos problemas."

Madrina apontou para sua barriga e disse ironicamente, "E também causar alguns."

Os lábios do Dr. Berkeley se contraíram. "Isso foi apenas sorte."

Cristina deu uma risada contida. "Ou má planejamento."

Dr. Berkeley repreendeu sua assistente. "Todo bebê é uma bênção de Deus."

Madrina não tinha certeza do que pensava sobre o amendoim. Claro, nesta fase de sua gravidez, ela já se acostumara com a ideia de que realmente tinha um bebê ali e que isso não era uma abdução alienígena. Mas ela não tinha certeza se estava no 'trem das bênçãos de Deus' ainda.

"Você sempre pode usar um vibrador", continuou o Dr. Berkeley.

"Isso não a agrada", respondeu Cristina antes que Madrina pudesse dizer uma palavra. "Além disso, a Sra. Owen tem um desejo por dois amantes."

Dr. Berkeley pareceu impressionado.

"Eu não!", Madrina levantou sua blusa de grávida sobre a barriga. "Foi só um sonho! E eu não sou a Sra. Owen!"

Cristina cheirou com desdém. "Aparentemente, ela é sensível sobre algumas coisas."

Dr. Berkeley conduziu Cristina para fora da sala antes que Madrina pudesse estrangulá-la.

"Cristina é uma boa mulher, mas que não consegue ficar de boca fechada para salvar a própria vida", disse ele com um sorriso bem-humorado. "Tudo está indo conforme o planejado, Madrina, você está com vinte e oito semanas. Você já fez planos para o Natal? Está logo ali, você sabe."

Madrina fez uma careta. "Eu ainda estou morando no porão dos meus pais. Foi difícil arrumar um emprego com o tamanho de um búfalo d'água. Então, não, nada está animador em minha vida neste Natal."

“Você não disse que trabalhou como assistente pessoal antes?” Dr. Berkeley jogou suas luvas fora e começou a lavar as mãos.

"Sim", respondeu Madrina enquanto descia da mesa de exame. “Mas eles me dispensaram quando vomitei incessantemente por cinco meses.”

"Tenho um amigo que está procurando uma assistente pessoal. Tenho o número dele aqui em algum lugar." Dr. Berkeley vasculhou seus bolsos, mas não encontrou nada. “Você se importa se eu der seu número a ele?”

“Obrigada, Dr. Berkeley, isso seria incrível. Você não faz ideia do que isso significa para mim!”

O doutor sorriu gentilmente para Madrina. “Não posso prometer nada, Madrina. Mas ele é um bom homem e você vai conseguir uma entrevista. Ah, e sobre aquele outro assunto?”

Madrina olhou para ele confusa.

"Sonhos sexuais?" Seu sorriso foi amável. “Isso é tudo perfeitamente...”

"Normal", terminaram juntos.

“Não deixe a Cristina te incomodar”, disse ele enquanto levava Madrina até a sala de espera para se despedir.

Madrina olhou para a revista que estava lendo antes de seu nome ser chamado. A história era sobre as melhores posições sexuais durante a gravidez. Madrina olhou ao redor do consultório e então caminhou até a revista e a pegou. Ela só tinha lido sobre a colher, a amazona invertida e lado a lado. Ela tinha mais cinco posições para se sentir pior por não ter feito sexo, e ela não iria perdê-las.

Caminhando o mais naturalmente possível, Madrina saiu do consultório e se dirigiu à cafeteria de sua irmã mais velha, Maria. Assim que entrou em O Moinho e sentiu o aroma familiar do café torrado francês e do melhor da Colômbia, Madrina começou a relaxar.

Ela tinha acabado de terminar um 'entrada traseira' quando seu telefone vibrou.

Desconhecido: Madrina? Aqui é Olive Dnieper. Recebi seu nome do Dr. Berkeley sobre uma vaga de assistente pessoal em minha empresa. Você está interessada em fazer uma entrevista?

Madrina engasgou. Isso certamente havia sido rápido! Com os dedos tremendo, ela respondeu.

Madrina: Sim, Sr. Dnieper. Estou interessada.

Desconhecido: Excelente. Você está disponível para a entrevista amanhã às 11h?

Madrina: Sim, senhor.

Desconhecido: Nosso escritório fica na 5ª avenida com a Main. Estou ansioso para conhecê-la, Sra. Owen.

Madrina gritou de alegria. Talvez o destino finalmente estivesse ao seu lado.