Alguns anos Antes

- Meu senhor a milênios moramos escondidos nas florestas, o nosso soberano pai não vai nos castigar. Acredito que essas duas crianças nasceram por uma boa causa, eles podem ser a porta para nós vivermos bem com nossos irmãos humanos.

O guardião das sete pontes sagradas, ousou dizer, enquanto olhava para as duas crianças no colo de sua mãe.

- Peço humildemente que eu e minha esposa possamos levar essas duas crianças para a terra e cuidar delas. Disse o guardião.

- Não, de jeito nenhum eu sou a mãe deles. Eu quero ir com eles, meu soberano por favor, eles precisam ficar perto de mim, eles precisam da mãe!.

- Cale-se. Você desonrou nossa linhagem com aquele professor, pensas que não sei o que queres de verdade!. Acha que vou deixar você se encontrar com ele na terra? Seu castigo, por tamanha desonra, ao nosso povo e as nossas leis, vai ser viver longe dessas crianças.

- Meu senhor, eu te imploro, deixe-me ficar com eles. Disse a mulher se ajoelhando, aos prantos, diante do homem, que continuava impassível, nenhum pouco comovido com as lágrimas, que corriam soltas pela face da mulher.

- Eu já decidi, vou escutar os conselhos do guardião. Se for pelo bem do nosso povo, e dos nossos irmãos humanos, eu permito que eles sejam criados na Terra. Olhou para a mulher que ainda estava debruçada em prantos no salão, Mas você vai ficar aqui como castigo, e nunca mais verá eles. O guardião e sua esposa ficaram responsáveis por eles.

As crianças foram entregues ao guardião que intercedeu por suas vidas.

- Antes de irem, tragam- me eles, para que eu possa batizá los, e entregá-los sua pedras protetoras,

- Mas meu senhor, isso é um costume aplicado somente aos nascidos da nossa raça, essas criaturas, são abominações. Falou um dos membros do conselho, com nojo no olhar.

- Se eu decidi poupá-los e aceitá-los, então nada mais justo que passem pelo nosso rito sagrado de nascimento. E não há mais o que discutir, ou pretende contrariar minhas ordens?

- Não meu senhor, jamais faria isso. Só estava preocupado que isso afetasse nosso povo.

- Tragam- me primeiro a criança loira. Continuou ignorando o líder dos membros da oposição do conselho.

Ele pegou uma fita branca com desenhos de nó celta e uma pedra de cristal, Água Marinha.

- Essa pedra vai te ajudar a reduzir o estresse e a frieza, a ter mais paz interior, e combater as forças das trevas, o nome concedido a você será Andvor, que significa O cavaleiro da Lua. Disse, amarrando a fita na testa do menino e colocando a pedra com cuidado.

- Tragam- me agora a outra criança. Ele pegou uma fita com a pedra Ametista. Essa pedra ativará a intuição, fortalecerá seu lado espiritual, ajudará contra os ataques energéticos e se reconecta com o plano da luz, o nome concedido a você será Elladan, aquele que traz a tempestade. Após a conclusão do rito de nascimento, as crianças foram entregues aos seus cuidadores, e permitiu que eles saíssem, mas antes, em um ato de benevolência, chamou a mãe dos garotos.

- Traidora dos costumes e das nossas leis aproxime-se. Ela levantou do chão, e foi de encontro ao senhor. Eu permitirei que você se despeça- se deles, e que lhe dê os nomes na qual, eles usaram em sua estadia no reino humano.

Ao ouvir o que o seu senhor disse, ela não pode deixar de entrar em prantos novamente, se jogando aos pés do senhor, agradecendo.

- Faça isso antes que eu me arrependa.

Sem demora correu, para junto dos seus filhos. Pegando cada um nos braços, pela última vez.

- Meu pequeno Andvor, que tem os raios de sol nos cabelos, irei te chamar de Eydan. deu um beijo em sua testa, com lágrimas nos olhos, e o entregou novamente ao guardião. Meu Elladan, seus olhos possuem o brilho das estrelas, lhe darei o nome de Cassey. Olhando para as duas crianças, deu seu último adeus. Meus filhos, um dia vamos nos encontrar, prometo. Disse beijando a testa de cada criança, que dormiam tranquilos.

- Já chegá o seu tempo acabou, levem os meninos. Que suas jornadas sejam seguras.

Com essas últimas palavras as crianças foram levadas, para viveram no mundo dos homens, onde cresceram, felizes e tranquilos, alheios ao que sua existência realmente significava.

Mas será que suas existências trariam paz, ou destruição para ambos os mundos?.