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Em um hipermercado enorme localizado na grande cidade de São Paulo, pessoas estavam enchendo seus carrinhos, crianças correndo pelos corredores e os trabalhando a todo vapor para não gerar filas e o gerente baixinho gordinho não lhes chamarem atenção.

Bip..bip..bip..

O barulho das compras nos caixas soavam incessantemente. Num dos corredores pertos dos caixas se encontrava um jovem nos seus 18 ou 19 anos, alto e com uma aparência mediana, olhos negros, pele extremamente branca, magro de uniforme da loja e repondo mercadorias. Quem prestasse um pouco mais de atenção veria que ocasionalmente esse jovem olhava para direita mais ao fundo do corredor, onde uma garota na mesma faixa de idade dele também estava repondo mercadorias. Mas ao contrário dele calado, quieto e até mesmo um pouco sombrio, ela estava sorridente enquanto abastecia cumprimentava e ajudava os clientes.

Ele não sabia porquê mas sempre que ela sorria seu coração acelerava, ele gostava dela mas não sabia como falar ao mesmo tempo que era muito sem jeito e tímido. "Como ela é linda será que ela daria bola pra um cara como eu?" Pensou ele e continuou a observar por mais alguns segundos e voltou ao trabalho.

- Nao se faça de difícil bebê, uma noite comigo e você não vai querer mais nada hahaha!

Depois de alguns minutos abastecendo o jovem observa ao fundo do corredor algumas vozes e rapidamente nota dois caras perturbando a garota que ele gosta, um cara alto e bombado de academia com corte de cabelo militar tenta pegar a garota pelo braço enquanto olha lascivamente para seu corpo. Enquanto ela tenta se soltar outro cara gordo com os olhos puxados observa a cena como se aquilo fosse uma show. O coração do jovem dispara, ele olha para a garota que está com o rosto assustado enquanto nota que os clientes estão empurrando seus carrinhos em direção a outros corredores para não se envolver com a confusão. Claramente esses dois caras não tem medo das consequências para estarem fazendo esse tipo de coisa em pleno corredor de hipermercado.

" E agora o que eu faço? Claramente não vou brigar com aquele caras desde a escola eu sempre sofri bullying e apanhava bastante. Aah merda!" Pensou.

Desde a o primário o jovem sempre foi quieto e calado na dele, sem amigos, não se enturmando com ninguém. Devido a isso sempre foi alvo fácil dos valentões, mesmo sempre apanhando e sendo chacota ele nunca revidou isso continuou até que perdeu seus pais em um acidente de carro quando tinha 15 anos. Abatido pela perda e cansado das agressões que sofria na escola largou os estudos e começou a trabalhar e viver sozinho se virando como podia.

"Merda odeio ser assim, nunca tenho coragem pra nada, foi assim no bairro em que cresci, na escola e em toda minha vida. Não tenho amigos nunca tive uma namorada, nem com garotas eu conversei. Agora chega! Não posso mais viver assim, sempre abaixando a cabeça e engolindo tudo não vou ser mais esse cara, não mais! " Rangendo os dentes com força ele tomou uma decisão, levantou e caminhou até a a garota seus passos foram meios robóticos como se na mente dele ele quisesse ir mas o corpo se recusasse a andar, seu coração estava disparado e ele estava tremendo.

- So-solta e-ela!!

Reunindo toda coragem ele disse gaguejando e com a voz trêmula.

- Some da minha frente moleque antes que te quebre todo. Respondeu o musculoso de corte militar.

- Brayan!? A garota disse meio incrédula. Ela nunca imaginou que aquele jovem calado e anti-social viesse ao seu auxílio.

Brayan olhou pra garota também incrédulo por ela saber o seu nome mas no fundo feliz o que deu a ele mais um pouco de coragem. Pegou a lata de milho verde que estava em sua mão da mercadoria que estava abastecendo a pouco e tacou no cara bombado com toda a força que tinha, sem mirar, sem saber o que fazer a seguir ele simplesmente só tacou. A lata acertou em cheio o rosto do rapaz, logo o sangue escorreu devido a um corte entre as sombrancelhas.

O gordo que estava desfrutando de um bom show faltou pegar uma pipoca, ele começou a rir do seu amigo como se aquilo fosse um stand-up. A garota arregalou os olhos sem acreditar, mas no fundo agradecida pela atitude de Brayan, graças a isso o bombado soltou seu braço.

-EU VOU TE MATAR ARROMBADO!! Gritou o bombado de corte militar indo em direção a Brayan com olhar de ódio.

-CORRE BRAYAN!! Berrou a garota temendo o que poderia acontecer.

Brayan mesmo sem o aviso dela já iria correr, naquele momento o bombado estava parecendo o ceifador, seu olhar cheio de ódio e com rosto sangrando causou nele arrepios então ele se virou e correu. " Porra agora tô fudido, onde eu tava com a cabeça! Merda que se foda tô me sentindo bem pra caralho" Brayan pensou enquanto corria pelos corredores em direção a saída. Ele não sabia se era devido adrenalina ou por ter tomado coragem pela primeira vez na vida, mas ele estava se sentindo leve. Não muito longe o bombado estava correndo atrás dele e derrubando as pessoas no caminho.

Assim que Brayan passou correndo pela entrada do hipermercado, talvez pelo desespero de tentar não ser pego não olho para os lados e sentiu um baque forte quando caiu em si, já estava no chão com corpo todo quebrado e doendo, sentindo que ia perdendo a consciência aos poucos. " Merda fui atropelado, que vida patética morrer desse jeito talvez seja melhor assim... Eu nem tive a chance de falar pra ela, logo agora que criei coragem, numa próxima vida meu destino estará somente nas minhas mãos ninguém pisará em mim de novo" pensou Brayan sentindo que era seu fim. O bombado chegou ate ele e parou em sua frente, ele parecia um ogro naquele momento devido a Brayan estar deitado deu a impressão de que ele ficou maior ainda. Ele disse algo mas Brayan não escutou devido sua consciência estar se esvaindo ele se forçava a ficar acordado mas seu corpo não respondia ele já não tinha mais controle sobre ele então, o bombado sorriu de forma diabólica virou as costas e foi embora, assim que ele saiu a garota que ele gostava em segredo apareceu agachou ao seu lado e lágrimas escorreram do rosto dela, Brayan juntou o resto de força que ele tinha e com muito esforço disse:

- E-eu gos-to d-de você.

Com isso sua consciência se foi e tudo ficou envolto de escuridão. "Isso quer dizer que morri?" Pensou Brayan.

- Senhor! Eles vão começar a acordar agora.

- Quando eles acordarem levem para base!

De repente escuto vozes e a primeira coisa que me vem a cabeça é "Que porra é essa?!".

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