Home/ Me aceite, querida Luna! Completed
Sua loba gostava muito do seu companheiro, mas ela insistiu contra o vínculo de companheiros. Ela resistiria a ser sua Luna?
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Eu acordei com o som alto do telefone, desliguei o alarme e me aconcheguei debaixo das cobertas por mais alguns minutos.

Eu costumo demorar para acordar, então coloquei o despertador para tocar cedo. Quando enfim me arrastei para fora da cama, comecei rapidamente minha rotina diária. Sou arquiteta e, aos 24 anos, uma das funcionárias mais jovens da Barton & Tom, que está entre as maiores construtoras de Londres.

Com meu café em mãos, embarquei no trem. Meus fones nunca saem dos meus ouvidos, já que consigo ouvir tudo. Quero dizer, tudo. Meus sentidos não são como os de uma pessoa normal. Tenho velocidade, agilidade e força extraordinárias.

Não, não sou uma super-heroína, sou uma lobisomem. No entanto, diferente da maioria da minha espécie, não vivo em uma matilha. Não, também não sou uma renegada.

Eu pertenço à Matilha Jade Moon, uma das mais poderosas da América do Norte. Estou sempre em contato com os outros membros; Rick Anderson, meu irmão mais velho e Alfa; o atual Beta, Bobby; Thomas Jackson, que foi Beta do meu pai, e sua esposa, Martha. Eu até passo o Natal com eles todo ano.

No entanto, prefiro viver de forma independente. Na verdade, me acostumei com esse estilo de vida. Há uma razão pela qual moro longe.

Aos 9 anos, fui com meus pais à Nova York para uma conferência de lobisomens. Eu estava animada até demais, já que ficaríamos hospedados bem em frente ao Central Park. Mas as coisas não saíram como o esperado. Não me lembro de muita coisa, mas meu pai morreu tentando me proteger dos renegados e de outras matilhas. Lobisomens são violentos e territoriais. Qualquer coisinha pode virar uma guerra, e foi em uma delas que meu pai se foi.

Minha mãe morreu de tristeza, logo depois. Eles eram companheiros. Essa é uma das razões pelas quais não quero encontrar o meu. Companheiros são como duas metades de um todo. Se uma parte morre, a outra logo a acompanha, ou enlouquece pelo luto. É muito raro que um lobo sobreviva à perda do companheiro.

Não quero passar por isso, embora minha loba esteja procurando seu par desde que atingi a puberdade e me mudei pela primeira vez.

Após a morte de minha mãe, fui enviada para a Austrália, para morar com minha tia. Tia Flora é uma guardiã. Guardiões são humanos que sabem da existência de lobisomens e outros seres sobrenaturais. Nós somos muito reservados e nos mantemos escondidos de humanos.

Talvez tenha algum morando bem do seu lado e você nem saiba. No entanto, viver entre humanos requer uma certa quantidade de interações, por exemplo, declaração de impostos, transações imobiliárias e várias questões legais.

Guardiões são humanos que sabem sobre nós e nos ajudam. Minha mãe também era uma guardiã, até que conheceu meu pai e eles descobriram que eram companheiros.

Não fiquei muito tempo na Austrália. Assim que me transformei pela primeira vez, minha tia se mudou para a Europa. Como não tem lobos na Austrália, seria muito mais difícil explicar a presença de um, caso alguém me visse por acidente.

Pensando bem, nem o Reino Unido tem lobos selvagens. Todos eles foram caçados até final do século XVII.

A maioria das matilhas de lobisomens migrou para o Novo Mundo, para evitar perseguições na Europa. Das poucas que sobraram no continente, nenhuma fica no Reino Unido. Elas prosperaram na América do Norte, logo se adaptando às vastas extensões de terra e áreas selvagens.

Hoje em dia, eu já sei controlar o poder da minha loba e raramente me transformo, a não ser que esteja em isolamento total. Eu meio que gosto de ser humana.

"Alice! Como foi seu fim de semana?" Elsa, minha linda colega ruiva, me perguntou, assim que cheguei ao meu cubículo.

"Foi normal, só fui visitar minha tia Flora. E o seu?", perguntei, enquanto jogava minha bolsa na gaveta.

"Só as baladas de sempre. Senti sua falta, você deveria ir comigo na semana que vem. E com o Mark, claro."

Elsa sorriu. Eu apenas ri em resposta. Mark Barton, herdeiro da Barton & Tom, é meu namorado.

"Quando ele volta da viagem de negócios?"

"No meio desta semana, espero", respondi.

Mark e eu estamos juntos há dois anos, ele deu em cima de mim logo que entrei na empresa. Estou acostumada a ser alvo da atenção dos homens. Minha altura é mediana, 1,65m, mas tenho um corpo esguio, cabelos escuros e olhos castanhos. Todo mundo diz que eu pareço com minha mãe. Ela era muito bonita. Talvez eu tenha herdado um pouco de sua beleza.

De início, evitei Mark, já que não seria profissional namorar o herdeiro da empresa para a qual eu trabalho.

Mas Mark foi muito persuasivo, além de doce e gentil, ao contrário dos lobos que são superprotetores e possessivos. Não suporto parceiros obsessivos. Outra razão pela qual eu não queria um companheiro!

Mark é humano e, como todos no escritório e no meu círculo de amigos, não faz ideia de que sou uma lobisomem. Eu mantive minha loba escondida com sucesso todos esses anos e pretendo mantê-la assim. No entanto, algum dia eu teria que revelar minha verdadeira natureza para ele. Não sei como ele reagiria. Tenho evitado essa situação até agora.

O dia passou sem maiores problemas. Para ser mais precisa, o dia foi chato, mas eu gosto do chato, já que minha vida nos Estados Unidos foi extraordinária.

Eu tinha acabado de entrar no meu pequeno apartamento de apenas um quarto quando meu telefone tocou. Era Emma, filha do Beta Thomas e uma das minhas melhores amigas.

Liguei a videochamada e sorri para ela. Como a maioria dos lobisomens da nossa idade, ela encontrou seu companheiro, Bobby, que era o Beta do meu irmão.

"Oi, Emma, tudo bem?", perguntei.

Emma, com seus cabelos dourados, sorriu do outro lado.

"Mal posso esperar para te ver. Você vem para o Natal, não vem?"

"Só se você prometer não me forçar a conhecer outros alfas", respondi.

Nenhuma das pessoas próximas a mim, nem mesmo Emma, aprovava meu namorado humano. Não por ele ser humano, mas porque ele não era meu companheiro. Para os lobisomens, encontrar seu companheiro é a parte mais importante da vida e meu desinteresse era motivo de espanto.

É difícil de explicar. Eu só não quero acabar como minha mãe ou aquele lobo da minha matilha que enlouqueceu e se matou depois de perder a companheira.

Ela suspirou, "Eu sei que você não quer encontrar seu par, mas não pode lutar contra o destino. Se for pra acontecer, vai acontecer. Ok?"

"É, tanto faz", revirei os olhos.

"Então, como estão as coisas em casa?", perguntei, enquanto desmoronava no sofá.

"Seu irmão está sendo um idiota, como sempre. Ele aumentou a rotina de treino para todos os lobos mais jovens, então estão todos rabugentos."

"É bem a cara do Rick", eu ri.

Meu irmão, oito anos mais velho do que eu, teve que assumir a matilha aos 17 anos, após a morte o nosso pai. Ele teve a sorte de encontrar Linda, sua companheira, aos 21 anos. Ela é a pessoa mais doce do mundo e o ajudou a encontrar equilíbrio e paz.

Terminei a conversa com Emma e tirei minhas roupas, me preparando para dormir.

Me transformei na minha loba marrom, Lana. Não posso sair para correr na cidade, mas ela entende. Eu a deixo correr e se divertir quando estamos na propriedade da tia Flora. Enrolada na cama, peguei no sono, ainda em forma de lobo.

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