Este é Pedro, mas conhecido pelo vulgo Lobão... Um homem de cabelos e olhos claro, corpo tatuado e um jeito desafiador.

Com 26 anos, nascido e criado na comunidade Nova Jaguaré, Lobão desde criança deu vários problemas para a mãe, que por mais de 10 vezes precisou ir buscá-lo na fundação casa devido aos pequenos delitos.

Margarete: Pelo amor de Deus, Pedro, quando será que vai acordar, isso não dá futuro para ninguém filho.

Lobão: Acorda mãe a gente mora numa favela, já estamos fudidos e sofremos preconceito apenas ao dar nosso endereço quando compramos seja o que for.

Ainda na infância se tornou aviãozinho fazendo pequenos serviços para os bandidos e na adolescência começou a ajudar na boca, em seguida ajudou o grupo numa grande operação e ao ganhar a confiança e admiração conseguiu finalmente entrar para a facção se tornando um líder da comunidade.

Como era comum, até mesmo por ser um rapaz muito bonito atraía a atenção das moças que tentavam de alguma forma se tornar a fiel do líder da comunidade, mas Lobão não pretendia assumir nenhumas das moças que todos já haviam pegado.

Dão: E aí chefia, aquela mina está aí na porta de novo querendo falar com você.

Lobão: Tô ocupado, manda voltar outra hora, não estou com tempo para put@, não tá ligado.

Dão: Beleza chefe vou dar um toque para ela.

Quando o grupo de Cabuloso e Ruivo conseguiram encontrar os diamantes com o dinheiro eles puderam fazer grandes benefícios nas comunidades dominadas pelo tráfico, por Lobão contribuir com o grupo e ter liderado a comunidade que era de Cabuloso por um tempo, conseguiu uma boa grana e resolveu investir em benfeitorias já que havia crescido naquela comunidade e sabia da carência dos jovens.

Em nova jaguaré construíram uma escola profissionalizante para que os jovens pudessem ter oportunidade de aprender e conseguir um emprego, pois muito não desejava a vida no crime. Além disso, era oferecido aulas de danças para jovens, crianças e adultos.

Era uma tarde de festa na comunidade, as pessoas estavam empolgadas, na nova escola haviam sido instalados computadores, as pessoas entravam nas instalações para conhecer o espaço e se empolgavam.

Fora isso ainda conseguiram fazer uma reforma na quadra e no postinho que agora teria outros especialistas, a comunidade cobrava uma data para a inauguração, mas Lobão passou essa tarefa para um líder comunitária Dona Elisângela.

Lobão: Aí rapaziada, minha comunidade, quem vai resolver esse BO será Dona Elisângela, valeu, minha parte eu fiz?

Dão: Vai querer falar com a dona Elisângela parça?

Lobão: Leva ela na boca para trocarmos uma ideia, mas não vou me envolver nisso não.

Hoje Lobão apesar de tudo, ele conseguia dar uma condição melhor para sua mãe, seu irmão caçula Felipe, que também seria aluno da nova escola.

Mesmo assim sua mãe desejava que um dia ele pudesse encontrar alguém e tomar um rumo na vida, estava cansada de vê-lo sair e às vezes ficar dias sem aparecer em casa, ou estar sempre andando cercada de seguranças armados.

Maya Hassam, com seus 21 anos, morava com seus pais em Marrocos, cidade Agadir, muito inteligente, falava o inglês e o português, por isso havia conseguido trabalhar como tradutora numa empresa que atendia empresários do mundo inteiro.

Sua família, apesar de ser moderna, algumas coisas ainda levavam de forma tradicional como os casamentos arranjados, pois se preocupavam com o futura de Maya mesmo sabendo que ela era contra.

Maya era um moça belíssima de olhos azuis e estatura média com apenas 1,65 de altura, saia todos os dias logo cedo, a tarde ia para a escola onde fazia curso profissionalizante.

Não seria difícil para seu pai Omar conseguir um bom acordo de casamento para ela, ele apenas precisava escolher o que mais lhe agradava.

Omar era dono de uma loja de tecidos, sua família o criticava por deixar a filha estudar e trabalhar, pois diziam que aquilo a tornaria uma jovem independente e traria problemas com as tradições, além de se tornar uma jovem rebelde.

Naquela tarde ela chegaria em casa e descobriria que seu destino havia sido traçado por seu pai ainda naquela manhã.

Omar: Maya taeal 'iilaa huna nurid altahaduth mae abnati

Maya venha até aqui, precisamos conversar filha

Maya: Ya 'abi, 'ana muteab, alyawm kan ealaya 'an 'urafiq rajulay 'aemal baraziliayn

Ah pai estou cansada, hoje tive que acompanhar dois empresários brasileiros

Omar: 'Iinaha abnat muhimat, laqad hasalt lak ealaa safqat zawaj rayiea

É importante filha, consegui um ótimo acordo de casamento para você

Maya: Kayf hi? Atifaqi? Ansaa al'amr, lan 'atazawaj min shakhs la 'aerifuh

Como é? Acordo? Esqueçam não vou me casar com alguém que não conheço

Omar: Ant taelam 'ana hadha lan yatima munaqashatuh huna, satati eayilat alsabii fi ghudun 'usbue limuqabalatik wajael alaitifaqiat rasmiatan

Sabe que isso não será discutido aqui, a família do rapaz vem daqui a uma semana para te conhecer e oficializar o acordo

Maya subiu para seu quarto, estava irritada e revoltada com o fato de ser obrigada a se casar, como já passava dos 21 anos tinha esperanças que seus pais esquecessem essa estória de casamento, mas ela não iria de forma alguma aceitar isso.

Mas no caso dela a única solução era fugir, mas para onde ela iria? Com o pouco dinheiro que havia reservado e apenas uma profissão de tradutora, então se lembrou de uma empresária que sempre a contratava quando iá para o oriente médio.

Maya: Vou ligar para a senhora Ágata Bertollini, quem sabe ela não consiga me ajudar.

***Ligação ON***

Maya: Senhora Bertollini? Desculpe o horário, espero não estar atrapalhando?

Ágata: De forma alguma, precisava mesmo falar com você, em dois dias estarei indo para Dubai, preciso saber se pode me acompanhar numa reunião com alguns árabes.

Maya: Claro posso, sim, aliás eu preciso de uma ajuda, preciso ir para o Brasil, mas eu explico melhor quando vier.

Ágata: Está bem, sabe que pode contar comigo.

Maya: Obrigada senhora.

***Ligação OFF

Mas Maya teria que se arriscar a ir com sua bagagem sem pretensões de voltar, pois com certeza aquela seria sua última viagem de trabalho e descobriria isso na manhã seguinte quando informaria aos pais sobre sua viagem a trabalho em dois dias.