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Capítulo 1 - Dia de trabalho

Aryane

Ligação On

— Não mãe, eu não posso, tenho que trabalhar – falei.

— Ary querida, chega de desculpas, já faz tempo, eu não aguento de saudades, e seu pai sempre pergunta por você. – mamãe falou.

— Tá bem mãe, eu vou arrumar um tempo e vou. – falei desanimada.

— E quando será meu amor? – perguntou muito animada.

— Em um mês mãe. – disse.

— Está bem meu amor, vou preparar tudo pra você, e não me importo se você trouxer um namorado. – falou.

— Tá mãe, agora preciso trabalhar. – disse.

— Bom trabalho meu anjo, nós te amamos. – disse e desligou.

Ligação off

— E aí o que foi? – perguntou elly pulando em minha cama.

— Minha mãe, me convenceu a ir visitá-la. – falei.

— Ary você sabe que eu te dou o maior apoio em tudo né? – falou e eu afirmei que sim. — Você não a vê, faz 8 anos, já está na hora de voltar, ela deve ficar muito triste.

— Eu sei, mas não sei e posso olhar para o meu pai e ver sua expressão de reprovação – falei.

— Ary você é uma grande empresária, se ele te reprovar foda-se, você sabe que vale muito, e se precisar eu vou com você e desço o cacete. – falou e eu ri.

— Só você mesmo pra me fazer rir da desgraça, mas você está certa, eu vou. – falei.

— Ótimo! Agora levanta e vamos, já são 9 da noite e temos que estar lá às 10. – falou.

— Como eu sei que seu guarda roupa é péssimo, eu trouxe roupa pra você, quero você beijando na boca hoje. – falou.

— Rsrsrs, nem pensar, meu trabalho vem primeiro. Agora me diz pra que uma festa de casamento a fantasia, as vezes acho que as pessoas são loucas. – falei levantando.

— Para de reclamar e vai se arrumar, te vejo daqui a pouco. – falou e saiu.

Fui para o banheiro e tomei um banho relaxante, saindo e fui ver a roupa.

— Meu deus, ela só pode ter enlouquecido. – pensei alto.

— Vou parecer uma piranha que organiza eventos. – disse pra mim mesma.

Vesti a roupa e me olhei no espelho, meu deus quem é essa? - pensei.

— Você está muito gata. – elly falou atrás de mim.

— É sério, mulher gato? – perguntei virando pra ela.

— Pode acreditar que tinha piores, além disso, hoje eu quero que você se divirta, e que esqueça quem é, só por hoje. – falou.

— Tá bom, vou tentar. – falei derrotada.

Saímos para o evento que estava lindo e simplesmente perfeito, afinal foi eu que fiz. Entramos e todos olharam para nós, eu morri, queria me enterrar, mas elly me obrigou a continuar, começamos nosso trabalho, e correu tudo bem, ouvi até algumas cantadas que me deixaram bastante feliz.

Já no fim da noite, e liberada do meu trabalho, decidi que beberia um pouco, o trabalho tinha terminado, e eu merecia, sentei em um banquinho e pedi um uísque, tomei um gole, tinha esquecido como era forte, a última vez que bebi foi com ele, rodrigo sempre me levava com ele as festas, e sempre me deixou beber.

— Boa noite. – falou uma voz me tirando dos meus pensamentos.

— Boa. – respondi sem olhar.

— Sabia que é falta de educação não olhar para a pessoa que se está cumprimentando, ainda mais sendo eu. – falou.

Ele foi tão petulante que eu não resisti e me virei para ele, e Oh Meu Deus, ele é simplesmente lindo, vestia um terno e usava uma máscara que o deixava ainda mais delicioso.

— O que foi, perdeu a fala? – perguntou.

— Pra falar a verdade sim, porém já recuperei. – disse.

— Gosto da sua sinceridade, por isso vou usar a minha, tenho 3 perguntas, e quero que me responda. – disse.

— Ok. – falei.

— Gosta de mim? – perguntou.

— Sim, você é bem bonito. – falei.

— Tem namorado? – perguntou.

— Não. – disse.

— Quer sair comigo agora para minha casa? Estou de olho em você a noite toda. - disse.

Fiquei meio em choque, um homem como aquele me chamando pra sair só podia ser golpe.

— Não, eu não quero sair com você. – menti, eu queria e como.

— Ela vai sim. – ouvi elly atrás de mim.

— Eu não vou não, precisamos terminar. – disse.

— Não precisamos, eu termino, e você vai se divertir com esse deus, cuida dela. – falou.

— Será um prazer. – disse.

Elly saiu e nós ficamos sós novamente.

— Olha eu não quero sair com você, mais agradeço se fizer um favor. – falei

— Claro. – falou em tom sério.

— Não quero que ela pegue no meu pé, se puder me acompanhar até a saída, ela vai achar que saímos juntos, ai durmo num hotel. – falei, eu sei parece patético, mais fazer o que eu estava com medo de sair com ele, e ele disser que eu não tinha sido mulher pra ele.

— Claro. – disse.

Levantamos e saímos em direção a porta, lá fora eu olhei mais uma vez pra ele, como eu ia me arrepender de não sair com ele.

— Obrigada. – disse.

— Nem pensar, te levo até seu carro. – disse, e eu assenti.

Caminhamos em silêncio até meu carro, quando chegamos eu tomei coragem pra falar.

— Me desculpa por atrapalhar sua noite. – falei e me virei para abrir o carro.

Enquanto procurava a chave do carro senti sua mão em minha cintura e suspirei, ele encostou em mim, estava visivelmente excitado.

— Só um. – falou no meu ouvido, e eu tive que conter um gemido.

— Um o que? – perguntei sem conseguir pensar direito, o cheiro dele era inebriante, perfume masculino e vodca, tentador.

— Se me der um motivo pra não sair comigo, eu te deixo em paz. – falou sussurrando.

Uma onda de sensações passavam pelo meu corpo, ele me abraçava cada vez mais, sabia que meu corpo não tinha resistência, como resistir aquelas sensações, formigamento, medo, desejo, tesão, mesmo sabendo que não deveria, eu queria me arriscar.

— Eu não tenho um. – falei.

— Eu sabia, vou querer saber o porquê da resistência a mim, mas só depois, agora. – falou e parou.

Quando ele parou de falar, ele foi até meu pescoço, e passou a língua até minha orelha, nesse momento eu me entreguei, só uma noite me fazia bem, eu precisava disso.

— Vamos pra minha casa. – falei.

— Não, quero você na minha cama. – falou. — Vem, vamos no meu.

Me levou para o carro dele, que nada mais era do que um belíssimo Maserati Ghibli, preto, perfeito, antes de vocês perguntarem, tenho uma paixão por carros, por isso tenho uma picape Classe X da Mercedes, e eu amo muito ele.

Entrei no carro e ele arrancou, em poucos minutos, chegamos a um apartamento, não vi onde era, ele abriu a porta pra mim, eu sai e ele me pegou pela cintura, me guiando pela entrada até o elevador e depois até sua cobertura.

Ele abriu a porta, e o apartamento estava todo a meia luz, tinha pétalas de rosas espalhados pelo chão, eu não entendi.

— Porque isso tudo? – perguntei.

— Gosto de agradar. – falou.

— Como sabia que eu viria? – perguntei.

— Não tinha certeza, mas resolvi arriscar, e acertei, vem. – disse.

Me guiou até o quarto, que estava cheio de pétalas, no chão e na cama. Eu fiquei um pouco chateada.

— Eu preciso ir ao banheiro. – disse.

— É ali, eu te espero. – falou.

Eu entrei e tranquei a porta atrás de mim, não me sentia bem, ele sabia que eu cairia na dele, tinha até preparado tudo, não dava pra me enganar novamente, estava me sentindo a adolescente enganada de antes, acho que pensei que fosse a única, e notei que ele era profissional.

Não que eu quisesse ser a única, mas a mulher quer ter essa sensação, e logicamente ficou claro que eu não era.

— Tudo bem aí? – gritou.

Abri a porta olhando para o chão.

— Eu quero ir embora. – disse.

— Por que isso agora, não gostou do que preparei pra você? – perguntou.

— Eu não me sinto bem, só quero ir embora. – falei de cabeça baixa.

— Olha pra mim. – falou e eu levantei a cabeça.

Meu deus, ele estava só de cueca, que visão, loiro, olhos verdes e corpo lindo, fiquei sem fala.

— Eu vejo seu desejo por mim, porque luta contra. – falou.

— Porque depois que cheguei aqui me sinto uma vadia, você preparou tudo sabendo que me pegaria, e não sabemos nem o nome um do outro. – falei.

— É por isso? Eu não sabia que encontraria uma mulher como você, só preparei isso depois que senti que você também me queria, e arrisquei porque você poderia não vir, aí eu dormiria sozinho no meio de rosas, muito gay não acha? – falou e me fez sorrir.

— Não estou acostumada a isso. – falei.

— A que? Alguém se interessa por você? E a propósito meu nome é Rafhael. – falou.

— Aryane. – falei.

— Então Ane, o que você quer? – perguntou.

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