Home/ Minha Amada Ômega Completed
Como uma ômega sem memória do meu passado, fui enviada para a cama de um Alfa cruel.
About
Table of Contents
Comments (124)

EVANGELINE.

Era meu aniversário de dezoito anos. Uma noite que deveria ser memorável, aquela que todo lobisomem espera. A noite passada era para sido muito importante para mim. No entanto, como sou a mais fraca da matilha, minhas opções já eram limitadas, porém depois da noite de ontem as coisas só pioraram.

Eu sou uma Ômega e estou no patamar mais baixo da cadeia alimentar, uma mera presa. Uma ninguém.

Ser uma ômega significa ser boa para duas coisas: gerar filhotes ou servir de brinquedo para algum lobo que queira me ter. Ao menos é isso que se espera, afinal, os ômegas devem ser mansos e submissos mas, acima de tudo, complacentes.

"Feliz aniversário, querida." Disse a vovó Philomena, colocando um lindo bolo na minha frente. O bolo estava enfeitado com um fondant bem escuro e rosas vermelhas feitas de glacê.

As chamas das velas dançavam diante dos meus olhos, até se tornarem um borrão de pontos brilhantes enquanto eu olhava para o bolo. Aquele momento era para ser de alegria para mim, mas no fundo não era...

Ontem à noite eu não me transformei, embora devesse ter...

De tudo o que poderia acontecer, eu não esperava por isso. Quando eu estava sob a lua, não aconteceu nada. Eu sequer senti a presença dela... Fiquei arrasada. Sem minha loba, sou inútil, mesmo como uma Ômega. Deste jeito eu não sobreviveria ao vínculo do Alfa, nem seria capaz de gerar um filhote.

Claro, o Alfa Aeron disse que isso pode acontecido por não sabermos ao certo minha data de nascimento, pois eu perdi todas as memórias do meu passado... Mas, há alguns anos a vovó Philomena me levou até um oráculo para determinar a minha idade. Certamente ela não se enganou.

Não importava o quão abalada eu estivesse, eu apenas sorri e fiz um aceno com a cabeça para o Alfa, embora eu soubesse que ninguém acreditava no via. Eu era um fracasso, aposto que eles se arrependeram de me colocar sob sua proteção.

Contudo, o que mais me machucou foi o olhar de decepção no rosto de Sinclair, quando ele viu que não me transformei. Ele é o filho do Alfa e também o homem que desejo. Há alguns dias atrás ele me levou para comprar um vestido para a ocasião, mas toda aquela empolgação foi em vão.

Ontem à noite, quando não me transformei, ele silenciosamente se virou e saiu, eu não o culpo por isso.

Então, o canto distante de 'parabéns' veio da uma sala cheia de amigos falsos, mesmo depois de ser consumida pelas minhas emoções e pensamentos. Eu não podia ignorá-los completamente, além disso, vovó Philomena organizou tudo isso para mim, precisa mostrar que estava grata.

"Finalmente dezoito anos, parabéns Evangeline. Vamos, corte logo o bolo." Alguém me passou uma faca e pude escutar a mim mesma agradecendo.

Não era uma festa grande, apenas alguns rapazes e moças que a avó Philomena havia convidado. Mas mesmo assim, parecia ter gente demais, no entanto, essa foi a primeira vez que eu realmente tive uma festa de aniversário.

Fiquei surpresa que ela não tenha cancelado, especialmente depois de não ter recebido a minha loba, mas acho que devia ser tarde demais para cancelar. Então, meus olhos percorreram o vasto salão, procurando por ele.

Onde você está, Sinclair? Você prometeu estar aqui...

Eu estava com medo de que ele estivesse me desprezando, já que não tinha a minha loba... Ainda doía saber que ele apenas se virou e foi embora ontem.

Normalmente o Alfa Aeron, Sinclair e a vovó Philomena me davam um presente e nós jantávamos juntos, algo que eu adorava muito. Apesar do Alfa Aeron ser um homem ocupado, por liderar uma das matilhas mais poderosas do país, ele ainda arranjava tempo para mim.

"Aí está, querida." Vovó Philomena sorriu carinhosamente enquanto me dava um pedaço de bolo.

"Obrigada, vovó Philomena." Eu sorri enquanto comia o bolo.

Era de chocolate, o meu preferido.

"Sorria criança." Ela murmurou ao me dar um abraço.

Será que não estava agindo normalmente? De certo que na presença de convidados, ela não iria querer que eu me comportasse como se fosse uma miserável. Eu estava sendo ingrata... Ela preparou uma festa, mas aqui estou, cabisbaixa.

Em seguida, olhei ao redor da sala, sorrindo gentilmente. Mas, por dentro eu ainda me sentia inquieta e me repreendia por ter chateado a vovó Philomena.

O ambiente estava cheio de pessoas que sabiam que eu não era uma deles, afinal, sou apenas uma Ômega e todas elas eram lobas de alta patente, certamente foi por isso que eles vieram. Aliás, que chance melhor elas teriam para dar uma olhada ou passar um tempo com Sinclair?

Eu examinei o salão em busca dele, meu coração dá um salto só de pensar nele.

Por que ele não está aqui?

Embora eu fosse diferente, nunca deixei isso me afetar.

"Vá se misturar." A avó Philomena disse e eu tenho que obedecer.

Então, respirei fundo e me aventurei no meio dos convidados.

Andei no meio das pessoas, agradecendo-as por terem vindo e pelos presentes. Eles estavam sendo agradáveis comigo por que a vovó Philomena tinha olhos em todos os cantos. No entanto, após algum tempo, ela saiu do salão e eu fui até a mesa de bebidas pegar algo gelado para beber. Eu estava muito desapontada por Sinclair não estar ali... Ele me prometeu.

"Evangeline." Ao escutar meu nome, me virei para olhar o grupo de lobas que se aproximava.

Elas eram mais velhas do que eu, todas na casa dos vinte anos e, felizmente, não são aquelas que me perseguiam. Eu podia ver Celia do outro lado do salão, falando avidamente, na verdade, se exibindo para os outros. Afinal, ela é uma loba de alto escalão.

Eu me aproximei mais um pouco, esperando que ela fosse se servir e puxar conversa fiada. Então eu disse: "Olá." Com sorriso educado para as mulheres paradas na minha frente.

Duas delas tinham sangue Alfa e eu abaixei minha cabeça em submissão.

"Onde está Sinclair?" Uma delas pergunta, servindo-se de uma bebida.

Rapidamente, eu tomo um gole do meu copo. "Para falar a verdade, eu não sei. Sinto muito." Eu respondo, olhando ao redor.

As outras duas reviraram os olhos, enquanto outra balançava a cabeça. "Você pode chamá-lo? Nós estávamos esperando que ele estivesse aqui." De repente, minhas mãos começaram a tremer de nervosismo e meus olhos vasculhavam cada centímetro daquele lugar. Mas, não me surpreendi pro elas estar ali por causa dele.

Ninguém tinha vindo por mim, o interesse era nele e agora eu estava desperdiçando o tempo delas. Mais um motivo para não gostarem de mim. Ainda assim, meus olhos ardiam, pois a única pessoa que pensei nunca me decepcionar, Sinclair, quebrara sua promessa. "Receio não saber onde ele está." Eu murmuro, me sentindo horrível por dentro.

"É claro, você é apenas uma Ômega. Ela não tem o direito de ir falar com ele, Katya."

"Então, nós viemos por nada..." Katya murmura de volta.

"Me desculpem. Com licença..." Eu digo educadamente, tentando não deixar minhas emoções transparecerem. Doeu quanto elas falaram que... Eu sou uma pessoa que tem sentimentos.... Eu entendo que ninguém queria vir à minha festa, eu também não queria.

Incapaz de lidar com mais comentários sarcásticos e olhares julgadores, eu escapei daquele ambiente, ninguém de fato se importou, todos continuaram suas conversas sem nem mesmo perceber que eu me ausentara. "Ótimo. Eu vim aqui por causa dele." Eu escuto alguém começar a reclamar.

"Eu também. Por que mais viríamos a festa de uma Ômega?" Um terceiro sussurra.”

"Shh, você não quer que Lady Philomena te ouça, não é?"

Assim, saí do salão desanimada. Eu também queria que Sinclair estivesse aqui, ele tinha me prometido, mas não o via desde ontem à noite.

E isso me machucava.

You may also like

Download APP for Free Reading

novelcat google down novelcat ios down