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"A vida vai como o sol, e vem como o vento em uma tarde de verão"

Solvang, é uma cidade solitária e no entanto alegre, em um dos lados mais frios da Califórnia. A vizinhança é tranquilia e nem um pouco festiva. Então cada um, apenas segue a sua vida...

O dia está calmo e frio. E nenhum raio de sol invadiu a minha janela até agora. A rua está deserta, e o vento é ao contrário.

Enquanto eu, espero pacientemente o meu fim. Isso pode soar engraçado mas eu não sinto dor e muito menos me sinto como se eu estivesse morrendo.... Até agora.

Fui diagnosticada há 2 anos com Câncer cardiorrespiratório. E eles me disseram que eu teria no máximo 3 anos de vida. E aqui estou eu....

Para ser sincera eu nunca pensei em como seria a morte, porque no início eu pensei que isto estaria bem distante de mim. E que eu estaria simplesmente vivendo uma vida normal como estudante e uma filha devota. Mas nem tudo foi o que eu pensei....

Admito que eu gostaria muito de ter uma vida normal como outras garotas e de poder estudar em uma escola, passear, ir ao cinema.

Pois a minha vida não tem mais sentido, eu não tenho motivos para viver. Já que tudo que faz parte de mim é somente medicamentos, consultas e quimioterapia.

Para ser sincera estou cansada da minha vida. Estou cansada de depender somente de remédios. Estou cansada de ser um fardo para a minha mãe. E principalmente das pessoas que estão a minha volta....

O céu escurece de maneira bem incomum. Enquanto eu permaneço pacientemente em frente de vários remédios e soros. Uma picada da agulha e feita em meu braço. E eu sinto algo correr por minhas veias. Isso me traz euforia, ansiedade e ao mesmo tempo desespero. Por isso ser uma coisa um quanto dolorosa.

As noites, tem sido um tanto difíceis para mim. Eu acredito que talvez os próprios remédios acabem me matando! Pois eles me agitam de uma forma bem complexa, e mexem excessivamente com o meu temperamento, e também uma certa fraqueza corporal. Mas como minha mãe diz isso é o que me deixa viva.

Eu tento comer, embora as feridas da minha garganta ardam muito! Eu sinto longas queimações enquanto engulo com dificuldade a comida. Minha mãe me observa atentamente, analisando a minha recuperação desde o último dia da consulta.

-Você está conseguindo comer?- Perguntou ela.

-Não muito.... Minha garganta dói a cada mastigada que dou....- Respondo.

-Você quer que eu chame a doutora?- Perguntou a mesma.

-Não é necessário, mãe.- Afirmei.

-Está bem. Caso precise, estarei no escritório, e a Rosa na cozinha.- Disse ela.

Eu apenas concordei. E ela rapidamente sumiu entre os corredores. Enquanto eu encarava subitamente o último pedaço de pão em minhas mãos.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos, e eu pude vagar por um curto espaço de tempo em um vale de esperanças.... Bem no fundo do meu coração ainda existe uma vontade de viver.... Ainda existe uma necessidade de viver em minha vida.

As horas se passavam e minha mãe continuava trabalhando em seu escritório, enquanto eu apenas vasculha as longas páginas do meu álbum de fotografias. Elas eram antigas, mais possuíam um valor inestimável para mim.... E para a antiga família que eu tinha....

Eu rolei uma das páginas, e me deparei com a minha foto de formatura do fundamental. Eu estava tão feliz.... Eu me lembro dessa época como se fosse hoje. Os meus pais ainda estavam casados e possuíam uma linda caminhonete vermelha. Ela era simplesmente um dos xodós do meu pai! Minha mãe odiava aquela caminhonete velha, mas nada poderia separar o meu pai dela! Até aquele incidente.... Um acidente terrível que custou a vida dele.

Aquilo fez com que nossa família se desmoronasse aos poucos e isso só foi prejudicando minha mãe e minha saúde, já que meses depois a minha condição piorou.

Não diria que desgosto da minha vida, mais somente estou exausta de tudo....

Estou exausta dos medicamentos e dos remédios. E de todo o santo dia ter que receber agulhadas.

A única coisa que me faz levantar todos os dias, é o meu interesse súbito pelo vizinho da casa ao lado. O seu nome é Alex Hart, ele tem 19 anos e parece ser um garoto bem calado e bastante misterioso. Faz pouco tempo que ele e sua família se mudaram para estas redondezas da cidade.

Seu irmão mais velho Simon. É um ótimo psicólogo e médico de um grande hospital de nossa cidade. Ele já tratou várias vezes de mim, e digo que ele é um excelente doutor. E naquele época, ele que me diagnosticou com câncer cardiorrespiratório.

Confesso que eu não sei muita coisa sobre o Alex. Já que, nunca vi a sua fisionomia e nem o seu rosto. A maioria das vezes que eu o vejo, ele está sempre de capuz ou com algo sempre cobrindo a cabeça.

Mas anseio a todo momento poder ver os seus olhos, seus lábios e a sua pele....

Alguns dizem que ele se parece muito com o irmão. E afirmam que ele é o mais problemático da família.

Mas eu simplesmente não consigo acreditar em tudo isso....

Ele parece ser tão melancólico e ao mesmo tempo indefeso, que às é difícil de imaginá-lo de outra forma.

Eu não o conheço. Mas aprendi uma coisa muito valiosa desde que nasci, que é nunca julgar um livro pela capa. E principalmente uma pessoa por causa de sua aparência.

Só espero que nessa minha vida, ainda aja surpresas, conflitos, decisões, escolhas, atritos e principalmente uma história para contar. Afinal de contas,eu não sou uma farsa.

Após alguns minutos, eu ouvi um longo barulho de sirene do lado de fora, acompanhado por um grande alvoroço. O que fez a minha atenção se desviar para a janela.

Assim que cheguei com o meu rosto no vidro, eu pude avistar três viaturas da polícia e duas ambulâncias do lado de fora....

O que será que aconteceu?

Após os policiais terem saído do carro, eles rapidamente foram até a casa de Alex e arrombaram a porta! Algo que me preocupou de alguma forma....

Pois, o que aconteceu, para ter tantos policiais assim? Ainda mais na casa dele?

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